Eleições Coren|SC 2011: leia artigo da Profª Drª Lygia Paim, da Comissão Eleitoral

A ÉTICA DE VOTAR E SER VOTADO

Certamente, tempos eleitorais são tempos difíceis. Não piores nem melhores que outros. Cada eleição, em sua época, é marcada pelas relações entre pessoas e configuram-se em momentos históricos que, embora situados, continuam sendo textos abertos à inauguração de novas práticas, novos costumes, novos tempos. Estamos vivendo esta oportunidade de pleito eleitoral em nossa organização profissional, os Conselhos Regionais de Enfermagem.

Cada um de nós, ao dar significado às eleições, queiramos ou não, estamos participando de nossa época presente, com olhares atentos ao passado e ao futuro desenhado por caminhos e experiências enfim instituídas.
Ao falar do nosso presente contexto profissional, seja eu, você, o outro e mais outros, assentamos nossas falas conforme um lugar social, que carrega em si muitos interlocutores; ou seja, falamos de um lugar, onde plantamos nossas relações e vamos construindo cenários reconhecidamente comuns ao nosso meio e, desses cenários, vão emergindo traços éticos e fisionomias que marcam o nosso viver profissional em nossa caminhada de inserção na sociedade catarinense, brasileira e mundial de Enfermagem e toda a sua abrangência no espaço da saúde.

Tempos eleitorais são provocações naturais ao aprofundamento ético-reflexivo. São, por isso mesmo, tempos difíceis, tempos de decisão, quando no mundo inteiro e perto de nós há discursos veementes contra a corrupção, contra a violência e a aversão à segregação social e outros males pertinentes a condutas apelidadas “politicamente corretas”.

Vale trazer aqui uma proposição de definição da Ética “como forma de habitar o mundo instaurando uma atitude crítica permanente de nosso ser histórico e dos valores que conduzem nossas ações”. Coloquemo-nos a pensar na condição de votantes e de candidatos nessa eleição de 11 de Setembro de 2011 para governo do Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina, e nesse sentido, busquemos o valor ético de VOTAR e SER VOTADO.

A considerar a concepção ética aqui mencionada, votar e ser votado significa exercer uma postura crítica que se paute pelas noções do que é bom ou mau para o viver no mundo, para a existência humana relacional, para o exercício pleno de compromisso com os outros e consigo mesmo, manifesta em formas de valorização da vida e de lutas por modos de bem estar em dignidade, e também pela denúncia de toda e qualquer forma de iniquidade ou violência e degradação humana.

O exercício de VOTAR e SER VOTADO cria em todos nós uma têmpera que nos impele à luta permanente por maneiras e boas práticas de viver para todos. Ao VOTAR e SER VOTADO, a reflexão de base é a exigência de cada um de nós mesmos em nossa vida de relações, conosco mesmos e com os outros, mantendo determinado estado de alerta requerido como contínuo exercício da crÍtica ao que se faz e como se faz cotidianamente, bem como, exercitar a antevisão de consequências dessas nossas ações, singulares e coletivas, para a vida pessoal e profissional em sociedade.

O entendimento dessa complexidade das relações, internas e externas, em momento histórico representado no processo eleitoral que ora vivemos, agrega significado pela carga de valor humano convergente à essencial condição ética que esta disponibilizada a todos nós – a de VOTAR e SER VOTADO, em nossos ambientes fundados em nossas existências singulares e coletivas.

ORGANIZEMO-NOS PARA VOTAR E BUSQUEMOS NA ETMOLOGIA DO TERMO CANDIDATO A MAIS CANDIDA QUALIDADE DE NOSSO VOTO.

Profª Drª Lygia Paim
Coren-SC 2.019
Membro da Comissão Eleitoral