Como construir diagnóstico de Enfermagem?

Oficina, ministrada por Conselheiros do Coren/SC, orientou Enfermeiros do Hospital Infantil Joana de Gusmão

Com meta de implantar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, a Enfermeira da instituição Renata Celidonio Machado dos Santos convidou representantes do Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina (Coren/SC) para abordar diagnósticos de Enfermagem, sob o ponto de vista da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE).

A implantação da SAE no Hospital foi alavancada pela Enfermeira Renata, que trabalha na instituição há 10 anos e considerou esse fator como primordial para o mestrado profissional. A pesquisa de mestrado começou no ano passado e por meio de questionários identificou entre os profissionais de Enfermagem necessidade de mais informações sobre a CIPE. “Sabemos da importância dos registros de Enfermagem e de padronização dos termos e métodos para o cuidado com segurança e qualidade. Na pesquisa, elenquei a CIPE como método eficaz para a classificação e agora estamos atualizando o conhecimento dos profissionais de Enfermagem sobre como utilizá-la. Nesta primeira etapa, conversamos com os Enfermeiros e depois vamos envolver toda a equipe de Enfermagem (Técnicos e Auxiliares de Enfermagem)”, argumentou a Enfermeira. A implantação, que tem construção coletiva, conta com o apoio integral da Gerência de Enfermagem.

Pensando no envolvimento do grupo, a Presidente do Coren/SC, Enfermeira Msc. Helga Bresciani, e a Conselheira Enfermeira Esp. Elizimara Ferreira Siqueira desenvolveram oficina sobre o assunto. A Professora e Enfermeira Dra. Dulcinéia Veras Ghizoni Schneider acompanhou as atividades e logo coordenará atividade no Hospital sobre o sistema Nanda (North American Nursing Diagnosis Association).

“Pautamos as orientações na CIPE e na Resolução Cofen nº 358/2009, que dispõe sobre a SAE e a implantação do processo de Enfermagem. Depois, apresentamos estudo de casos para que fosse executado o registro da consulta de Enfermagem, o diagnóstico, a intervenção e o resultado, bem como a apresentação em roda de conversa das impressões”, detalhou a Presidente do Coren/SC, Enfermeira Msc. Helga Bresciani.

As Conselheiras explicaram que a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem consiste em relação de termos utilizados na prática de Enfermagem, organizados por sete eixos:
• Foco: área de atenção que é relevante para a Enfermagem (exemplos: dor, eliminação, expectativa de vida, conhecimento);
• Julgamento: opinião clínica ou determinação relativamente ao foco da prática de Enfermagem (exemplos: nível decrescente, risco, melhorado, interrompido, presente);
• Cliente: sujeito a quem o diagnóstico se refere e que é o beneficiário da intervenção (exemplos: recém-nascido, cuidador, família ou comunidade);
• Meios: forma ou método de concretizar uma intervenção (exemplos: atadura, caderneta de vacinação);
• Ação: processo intencional aplicado a um cliente (exemplos: educar, mudar, administrar ou monitorar);
• Tempo: o ponto, período, instante, intervalo ou duração de uma ocorrência (exemplos: administração, nascimento ou crônico);
• Localização: orientação anatômica ou espacial de um diagnóstico ou intervenção (exemplos: posterior, abdômen, escola ou centro de saúde na comunidade).

Criada no final da década de 1980 para padronizar mundialmente a linguagem, a CIPE ao longo dos anos foi sendo aprimorada e em 2009 foi oficialmente incluída na Família Internacional de Classificações da Organização Mundial da Saúde.

Depois de explicar o raciocínio clínico pela CIPE, chegou a vez de orientar sobre a elaboração do diagnóstico de Enfermagem. “Para a construção do diagnóstico de Enfermagem, o profissional de Enfermagem deve usar obrigatoriamente os eixos foco e julgamento e incluir outros para complementar a formulação, exceto a ação (que é foco da construção das intervenções de Enfermagem)”, esclareceu a Conselheira Elizimara.

As Conselheiras destacaram ainda que o diagnóstico de Enfermagem é uma das etapas do Processo de Enfermagem, realizado em cinco etapas, conforme estabelecido na Resolução Cofen nº 358/2009: I) Coleta de dados de Enfermagem; II) Diagnóstico de Enfermagem; III) Planejamento de Enfermagem; IV) Implementação; e V) Avaliação de Enfermagem.

Na avaliação da Gerente de Enfermagem do Hospital Infantil, Enfermeira Claudia Brundo Uriarte, a oficina foi de grande valia. “Aprendemos muito com a oficina. Isso facilitará a implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem no Hospital”.image