Coren/SC repudia atitude de deputado estadual que ofendeu as mulheres ao responder a deputada Ana Paula Lima

Nota-de-repúdioNOTA DE REPÚDIO À MISOGINIA

O Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina (Coren/SC) vem a público repudiar a forma ofensiva e misógina que o deputado estadual Roberto Salum se reportou à deputada estadual Ana Paula Lima, enfermeira, na sessão da última quarta-feira (21/02) da Assembleia Legislativa.

Ao dizer que não gostaria de debater com a deputada Ana Paula, “mas com o marido dela, que é homem” [o deputado federal Décio Lima], o deputado Salum revelou o machismo e o preconceito que ainda permeia na sociedade, portanto demonstra a necessidade de ainda termos que lutar muito para comprovar a competência, o conhecimento e as habilidades das mulheres em todos os cargos.

Em nome de quase 55 mil profissionais de Enfermagem, composto majoritariamente por mulheres (94%) que atuam em Santa Catarina, repudiamos esse tipo de ofensa que só colabora para fragilizar ainda mais a imagem feminina e abre possibilidades de aumento da violência contra as mulheres, panorama já tão alarmante em todo o país e que tentamos combater nos nossos espaços de convivência e de atuação na área da saúde. As agressões devem ser banidas da sociedade e é impensável imaginar que um parlamentar tenha essa atitude em um espaço de debate e de representação da população catarinense.

O Coren/SC se solidariza com a deputada Ana Paula Lima e corrobora com seus comentários ao rebater a ofensa: “Não preciso de homem nenhum para me defender e quem não discute comigo é porque não tem argumento. Cheguei aqui com o voto de homens e mulheres e faço a defesa dos trabalhadores e trabalhadoras e do povo de Santa Catarina”.  Eleita pelo quarto mandato, Ana Paula Lima disse que foi a primeira vez que teve sua autoridade contestada no parlamento por ser mulher.  A deputada Luciane Carminati, coordenadora da bancada feminina, também se manifestou em apoio a Ana Paula Lima. “Para alguns homens este espaço ainda é só deles. Somos apenas três mulheres nesta casa, mas sempre conseguimos discutir em alto nível”, afirmou Luciane. “O que aconteceu aqui remete a muitas violações que sofremos no dia a dia, na remuneração mais baixa, no assédio, na disparidade que existe nos espaços de poder”, complementou.

Plenário do Coren/SC