Nesta entrevista exclusiva ao Coren/SC, a presidente da Associação Brasileira de Enfermagem – seção Santa Catarina (ABEn/SC), Mágada Tessmann, destaca os desafios das entidades na mobilização dos profissionais. Com uma trajetória marcante na área acadêmica, Mágada é doutora em Ciências da Saúde pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), instituição onde é docente na graduação em Enfermagem, Odontologia e Medicina e preceptora da Residência multiprofissional em Saúde Coletiva e Atenção Básica. , A presidente da ABEn/SC tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Gestão hospitalar e Gestão do cuidado em Enfermagem.
1 – Quais ações a ABEn/SC tem realizado em prol da valorização da Enfermagem?
R: As principais ações ocorrem a partir da construção da melhoria do ensino da Enfermagem para promover a qualidade, apresentando assim à sociedade um profissional ético e comprometido e que por sua vez ocupe seus espaços na assistência, na gestão, no ensino e na pesquisa. Temos uma participação em movimentos políticos e sociais promovidos por outros grupos e entidades discutindo os assuntos pertinentes à profissão. A ABEn/SC promove e é parceira de instituições em eventos científicos que fomenta as discussões da assistência, ensino, gestão e políticas em prol da construção da profissão, além de incentivar os profissionais a ocuparem espaços de trabalho que proporcione a visibilidade à profissão.
2 – Como as parcerias com o Coren/SC contribuem para as atividades de formação, educação continuada ou em outras áreas?
R: Estas parcerias reforçam a necessidade dos órgãos de classe trabalharem em conjunto fortalecendo a profissão. A construção coletiva se torna mais produtiva e os resultados das ações serão mais bem sucedidos.
3 – São muitos os desafios da Enfermagem, quais são os mais urgentes?
Os desafios podem ser classificados em eixos a saber: eixo do ensino, da assistência e da gestão. No ensino, o maior desafio hoje é preparar o sujeito para o mundo do trabalho considerando a acelerada mudança do cenário. Na assistência, por sua vez, nos deparamos com a dificuldade na implementação da sistematização da assistência de Enfermagem uma vez que essa é determinante no processo de trabalho e interfere diretamente na visibilidade, no respeito e valorização profissional. No eixo da gestão está o desafio da tão almejada conquista de um piso salarial adequado, bem como, políticas de planos de cargos e salários para todos os profissionais. Além disso, observamos a necessidade do respeito pelo redimensionamento de pessoal, pela regulamentação da jornada de trabalho para 30 horas e pelo cumprimento da legislação que prevê que não pode haver trabalho de Enfermagem em nenhum serviço sem a presença do enfermeiro.
4 – As entidades representativas atuam para contribuir com o fortalecimento da profissão, mas muitos profissionais ainda reclamam. O que falta para mostrar a importância desse trabalho?
R: Acreditamos que a inserção ou a adesão e aproximação dos trabalhadores nas entidades, de forma efetiva, possa mudar o olhar muitas vezes deturpado do profissional. Olhar daqueles que não conhecem de fato as atividades e prerrogativas das entidades. Abolir os conceitos unilaterais do senso comum, sendo necessário para isso que o profissional conheça e construa o seu próprio olhar, sugerindo e participando das entidades.