Enfermeiro assume interinamente direção do Hospital Regional de São José

Mais de 17 mil atendimentos por mês nas emergências pediátrica, obstétrica e geral, aproximadamente 1400 internações mensais e mais de 10 mil pessoas atendidas nos vários ambulatórios. Este é o perfil de um dos maiores hospitais públicos de Santa Catarina que é gerido pela Secretaria de Estado da Saúde: o Hospital Regional de São José.  A instituição tem como gerente de Enfermagem Daywson Pauli Koerich, que assumiu interinamente a Direção Geral entre os dias 8 e 22 de julho, quando o diretor Marcelo Borges Moreira, cirurgião geral, esteve de férias. “O desafio é diário”, disse Daywson em entrevista exclusiva ao Coren/SC que mostra a importância do trabalho multidisciplinar e a valorização da Enfermagem dentro da instituição. A gerente Administrativa do Hospital também é enfermeira. Josimeri da Silva Scheidt tem especialização em Unidade de Terapia Intensiva, em 2013 fez MBA em gestão e controle de infecção e outra especialização em Segurança do Paciente em 2015. Atualmente está na especialização de Gestão do trabalho e da Educação na Saúde.

Sobre o diretor interino, podemos ressaltar que Daywson estava no setor de Educação Permanente do Hospital antes de ser gerente de Enfermagem e hoje coordena ainda a Câmara Técnica de Atenção à Saúde do Coren/SC. Enfermeiro com especialização em Emergência e Terapia Intensiva pela Unisul, em Gestão em Saúde Pública pela UFSC e recentemente em Gestão do Trabalho e Educação em Saúde, ele destacou-se na  elaboração e coordenação da Comissão Organizadora do POP da Enfermagem em 2015 e 2016. Atuante na Comissão de Implantação da Sistematização da Assistência e na Comissão de Segurança do Paciente, também já esteve na docência para graduação na Faculdade Estácio, em São José.  Confira a entrevista.

Quais são os principais desafios na gestão de um Hospital do porte do Regional?

Temos muitos, mas o principal é a mudança do processo de trabalho. Estamos tentando modificar algumas formas de fazer o mesmo atendimento, implementando ferramentas de gestão e métodos que permitam melhorar o cuidado ao paciente. Outro desafio é diminuir a média de permanência dos pacientes, que já conseguimos diminuir de nove para seis dias, ampliando a rotatividade e garantindo mais vagas para a população. Temos ainda a missão de atender toda a demanda de três portas de emergência abertas: geral, pediátrica e obstétrica. Circulam por aqui cerca de 30 mil pessoas por mês.

Quais são estas ferramentas que começaram a ser usadas?

 Estamos usando protocolos e ferramentas como o Kanban, que é mais visual para que todos possam seguir os indicadores. No quinto andar, onde fica a clínica cirúrgica, temos um quadro com cores diferentes para indicadores como “risco de queda”, “lesão por pressão”, “média de permanência”, entre outros. Com a melhor visualização destes registros das características dos pacientes internados, todos os profissionais do setor conseguem trabalhar melhor em equipe. Ao mesmo tempo, descobrimos as causas que implicam em mais permanência do paciente.

Os processos tem melhorado?

 Muitas intervenções tem nos permitido trabalhar de maneira mais segura e livre de riscos. O trabalho que fazemos especificamente nas áreas de lavagem das mãos, do cuidado com pacientes que possuem risco de queda e os que apresentam lesões por estarem muito tempo na cama, são exemplos de bons resultados com a revisão do modo em que estamos atuando e permitindo mais segurança na assistência.

Como avalia sua indicação para assumir a direção do Hospital?

Fiquei honrado com a confiança da gestão e acredito que tem a ver com o respeito pela prática da Enfermagem. Representamos um pouco mais de 50% de todos os profissionais de saúde dentro do Hospital e conseguimos ter a visão do todo nos processos realizados, mas sempre com o trabalho multidisciplinar pois nenhuma categoria consegue atender sozinha todas as demandas. Vejo como uma valorização da equipe e espero estar atendendo bem esta missão.