Dia 19 de março: um ano após decreto da pandemia da Covid-19 e vivemos a mesma situação

Há exatamente um ano, no dia 19 de março, os serviços do Coren/SC passaram a ser remotos por força do decreto estadual que fechava todos os serviços públicos perante a pandemia do novo coronavírus. No dia 13 de abril do mesmo ano, o atendimento reiniciou presencialmente, com revezamento para evitar aglomerações. Mesmo um ano depois, estamos vivendo o momento mais crítico da pandemia.

Em uma análise do último ano,  o Presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina (Coren/SC), Gelson Albuquerque apontou que “Foi um ano de muitos desafios. Fomos surpreendidos com uma enxurrada de novos protocolos na assistência, seja hospitalar, urgência e emergência ou na atenção primária. O medo de um vírus ainda desconhecido fez muitos profissionais desistirem, mas outros tantos que estavam em outras áreas voltaram.”

Sobre as perdas de profissionais, e o impacto que isso causa na vida daqueles que estão atuando, Gelson disse que com certeza tem um impacto negativo e significativo. Muitos profissionais sofrem logo no início com crises de ansiedade com receio do que estava por vir. Quando há óbito, a situação fica pior, porque são seus companheiros que perderam a vida no exercício do cuidado. Por isso, foi criada uma plataforma de atendimento em saúde mental, o Enfermagem Solidária, que atende os profissionais de todo o país e realizou sete mil atendimentos até agora, com a participação voluntária de mais de 150 enfermeiros especialistas, mestres e doutores em saúde mental.

Em relação à vacinação especificamente a da Enfermagem, o Coren/SC acredita que já poderia ter sido feita em todos os profissionais e não apenas nos que estão na linha de frente. A demora atrapalha para que novos profissionais possam ser contratados e para que a imunização diminua sensivelmente a transmissão do vírus. Outro desafio tem sido a não priorização de profissionais em algumas cidades que não respeitam as diretrizes do Plano Nacional de Imunização e que sem vacina a escalada de novas variantes poderá nos obrigar a conviver com essa epidemia por anos. É preciso vacinar 60 a 70% da população até setembro de 2021. 

O que se espera daqui para frente, segundo o Presidente, é que haja mais solidariedade e mais respeito com as enfermeiras, técnicas de Enfermagem e auxiliares de Enfermagem. De maneira geral, o balanço que se faz é de muito aprendizado e de constatação que a Enfermagem ainda precisa ser muito valorizada, tanto em condições de exercer a profissão, quanto na valorização salarial.

Você pode conferir alguns depoimentos de enfermeiras sobre um ano da pandemia nesta entrevista no site do G1