Semana da Enfermagem 2021: “Uma visão para o futuro da Enfermagem em saúde mental”

No painel da tarde de sexta-feira (14/05) da Semana da Enfermagem 2021 foi discutido o tema “Uma visão para o futuro da Enfermagem em saúde mental”. O conselheiro do Coren/SC Henrique Manoel Alves, em Itajaí, coordenou a atividade que teve a participação de Luana Dondé, responsável pelo Setor de Saúde Mental do Hospital Santa Luzia de Ponte Serrada (SC) e Nelson Junior Cardoso da Silva, Enfermeiro e participante da plataforma Enfermagem Solidária desenvolvida pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).  

Enfermeira há 14 anos, Luana, conta que existem muito desafios diários ao realizar  atendimento na área de saúde mental.  “Falar sobre saúde mental ou atuar na saúde mental gera muito preconceito, muitas vezes pelo medo e insegurança no atendimento a esses pacientes”, disse ela. A enfermeira afirmou que com a pandemia o debate sobre o tema aumentou. Os profissionais também estão sendo atingidos pela sobrecarga, então não são somente os pacientes que precisam de atendimento e sim os próprios profissionais de saúde que estão lidando diariamente com momentos mais críticos. “Precisamos nos abrir e entender que a saúde mental é um problema de saúde sim. Entender que a saúde mental está batendo em nossa porta e todos precisam ser tratados”, reafirmou Luana.

O enfermeiro Nelson destacou que existe muitos tabus para falar sobre saúde mental e o preconceito existe com as pessoas que tem algum problema ou transtorno ligado à saúde mental.  “Isso pode ser motivado pela falta de articulação sobre saúde mental na grade curricular da Enfermagem, portanto esses futuros profissionais não estariam preparados para lidar com isso, mesmo com si próprios”, disse ele e complementou: “Todos estamos propensos a passar por isso, com todos os desafios que enfrentamos no dia a dia da profissão.” Ele reiterou que as condições precárias na atuação são fatores que vão atingir esses profissionais. Agora em pandemia, o enfermeiro que faz parte do Enfermagem Solidária, assinala que recebe queixas relacionadas à sobrecarga, ao medo de contaminar os familiares e ao isolamento, que pode intensificar sintomas como ansiedade e depressão.  Segundo ele, essas pessoas precisam ser ouvidas e necessitam de muita empatia para conseguir se dedicar ao trabalho no dia a dia.