Na tarde de hoje (20/5), uma conferência sobre “O trabalho do técnico e do auxiliar na pandemia”, foi coordenada pela Conselheira do Coren/SC (Florianópolis), Kátia Santina Silveira Caetano. E teve a participação de outras três técnicas de Enfermagem do Estado de Santa Catarina.
Juliete Costa, Técnica de Enfermagem na UTI Covid-19 do Hospital Unimed e Conselheira Coren/SC de Criciúma (SC). Diz que um dos maiores desafios do trabalho, é saída e volta para casa, pois existe o medo de contaminar os familiares, a angústia de ver os colegas sendo contaminados e o afastamento dos filhos e sem vida social.
Ana Paula Passos, Técnica de Enfermagem no Hospital Teresa Ramos em Lages (SC), conta que estar na UTI Covid-19 é de muito medo e incertezas, “temos plantões marcados por momentos tristes com perdas de pacientes, colegas e familiares. Porém, existem momentos alegres, como quando pacientes se recuperam, saem da intubação e voltam para casa”. Ela ressalta que a Enfermagem faz um trabalho humanizado, na participação em trazer aos pacientes contato com a família enquanto estão nesse momento de afastamento, com fotos, vídeos, desenhos de netos e até em cortes de cabelos feitos pelos enfermeiros nos pacientes.
A jovem técnica de Enfermagem, Marcielli Soares Somarriba, do Imigrantes Hospital e Maternidade de Brusque (SC), se emocionou em relatar a sua rotina nesses 10 meses em que está trabalhando na UTI e como essa primeira experiência foi de muito medo e agora a enfermeira não se vê em outro lugar, pois o cuidado com os pacientes o contato tanto na partida para casa quando a partida mais dolorosa, é de grande importância, segundo ela. Encerra sua fala de um modo muito potente, “trabalhar com enfermagem é uma luta, eu visto uma armadura”.
Por último, a fala e apresentação da Técnica de Enfermagem do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Tubarão (SC), Katiele Camilo Pereira. Ela reafirma, as falas das colegas e pontou como esses cuidados auxiliam a tranquilizar o paciente no momento da ansiedade e medo do diagnóstico da covid-19. Katieli, comenta que “não fomos educados para passar por uma pandemia”, e o preconceito que os profissionais passam por muitos, pelo receio de que eles possam transmitir o vírus já que estão de frente contra ele. Contudo, um olhar positivo e de muita aprendizagem, “os profissionais estão se aproximando mais dos pacientes, mais contato e valorização da vida a cada segundo”.
O fim dessa conversa terminou emocionante com um vídeo feita pela Técnica, um relato emocionante de outras duas colegas de Katiele, uma delas que perdeu o pai para Covide-19 e uma homenagem a outra colega que faleceu em decorrência do vírus. Ela se vestiu de heroína para mostrar o papel de herói que a Enfermagem tem prestado nessa luta contra a pandemia.