77% dos pais foram a consulta, mas só 20% fizeram o Pré-Natal do Parceiro

Além de um ato de amor, o acompanhamento do pré-natal ao nascimento do bebê por parte do pai também garante o fortalecimento dos laços de toda a família. Por isso, o papel da Enfermagem é atuar diretamente na inclusão do homem no acompanhamento e participação da gestação. Os profissionais da Atenção Básica, do Sistema Único de Saúde (SUS) são orientados a aproveitar a presença dos pais nas consultas do pré-natal, onde são direcionados a exames de rotina e testes rápidos, além de atividades sobre o exercício da paternidade.

“A presença do homem no pré-natal é importante para a sensibilidade de ser pai e o processo de humanização dessa família, o recebimento desse novo bebê. Trabalhar a saúde do homem em conjunto a saúde das mulheres traz um ganho para a família e o bebê, e uma tranquilidade no desenvolvimento da criança e da mãe”, afirma enfermeiro obstétrico Herdy Alves, coordenador da Comissão Nacional de Saúde da Mulher do Conselho Federal de Enfermagem (CNSM/Cofen)

Em 2020, 19% dos municípios brasileiros registraram consultas de pré-natal do pai/parceiro, conforme dados do Sistema de Informações da Atenção Básica (SISAB). Essa medida eleva a inserção de informações sobre o pré-natal do pai na atenção primária à saúde e auxilia nos cuidados com a saúde das famílias. As consultas são realizadas por enfermeiros obstétricos ou médicos, na Atenção Básica.

“Acompanhei e fiz todo o pré-natal com a minha esposa, das minhas últimas duas filhas pelo SUS. Todas as consultas eu ia e fiz também os exames solicitados. Isso foi maravilhoso como pai e indico a todos os pais que façam”, conta Jessé, pai em Boa Vista (RO), que participa vídeo sobre o Programa Natal do Parceiro, disponível no canal do Cofen.

Pesquisa – A paternidade e a participação no pré-natal ganharam espaço na Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo resultados divulgados, 76,7% dos homens entrevistados afirmaram ter participado do acompanhamento pré-natal da parceira gestante.

Do total de entrevistados, 19% realizaram os exames solicitados e 20% participaram das palestras, rodas de conversas e cursos sobre cuidados com o bebê. O resultado trouxe a luz a tímida participação do homem no processo, ou a subnotificação da inclusão do homem nos sistemas de saúde. Aproximadamente 51% deles foram informados sobre a possibilidade de participação do parto.

Valorização da Paternidade – O resultado divulgado vem de encontro às ações em agosto, que marca o mês da Valorização da Paternidade. O governo federal tem reforçado a divulgação da Consulta do Pré-natal do Parceiro.  As informações da PNS foram coletadas em um questionário respondido por homens de 15 ou mais anos de idade.

Apesar de 76,7% dos homens declararem ter participado do acompanhamento do pré-natal da gestão do pai/parceiro, apenas 19% afirmaram ter realizado exames solicitados, e 20% foram incentivados a participar de palestras e/ou cursos sobre cuidados com o bebê, o que pode significar uma baixa inclusão do homem nesse processo, ou a subnotificação da inclusão do registro do homem nos sistemas de saúde. Aproximadamente 51% deles disseram ter sido informados sobre a possibilidade de participação no momento do parto.

Fonte: Ascom – Cofen, com informações do Ministério da Saúde