Pesquisa da Fiocruz comprova a subnotificação das mortes de profissionais da saúde na pandemia

A revista CartaCapital publicou esta semana uma matéria onde revela o número de mortes dos profissionais da área da saúde, segundo pesquisa da Fiocruz. Esses indicadores foram extraídos do Sistema de Informação de Mortalidade e do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe, e o Ministério da Saúde confirmou a morte de 470 profissionais da saúde por Covid-19 até 1º de março de 2021.  De acordo com o Conselho Federal de Medicina e o Conselho Federal de Enfermagem, na época alertaram que o número estava claramente subnotificado, até porque o campo referente à ocupação das vítimas não era de preenchimento obrigatório nessas duas bases de dados.  Pelos cálculos das entidades, ao menos 1.197 médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem morreram em decorrência do Coronavírus até aquele momento, uma morte a cada 7 horas e meia.

Em inquérito da Fundação Oswaldo Cruz sobre a mortalidade dos profissionais da saúde. Dados da pesquisa mostram que pouco mais da metade desses profissionais, 53,8%, obteve treinamento para o uso adequado de EPI, enquanto 45,3% não tiveram orientação alguma ou buscaram informações em vídeos na internet ou com colegas, que ensinavam aquilo que sabiam. “Na saúde, mais que em outros setores, a educação permanente é indispensável e pode salvar vidas”, afirma Maria Helena Machado, doutora em Sociologia pela Uerj. Além disso, a carga de trabalho da maioria desses profissionais girou em torno de 60 horas semanais.  Muitos se submeteram a jornadas extenuantes para assegurar o atendimento de pacientes em picos de demanda ou para substituir colegas infectados. “Não tenho dúvidas de que essas situações, acrescidas da pressão por produtividade e do atendimento em grande escala, trazem consequências nefastas ao trabalhador, tanto na sua saúde física quanto na mental.”

Você pode conferir a matéria completa no site oficial do CartaCapital