Isabel Cunha e Francisco Lama, palestrantes
A ciência determina a evolução da humanidade, e na Enfermagem, não é diferente. A produção científica é fundamental para a melhoria da prática profissional e para a garantia da qualidade da atenção à saúde, embora no campo da Enfermagem ainda exista uma série de desafios que impedem a democratização do conhecimento e o livre acesso às publicações. Buscando fomentar o debate sobre o tema, especialistas estiveram reunidos na palestra “Novos desafios na divulgação e publicações na Enfermagem”, realizada de forma híbrida, nesta quarta-feira (28), no terceiro dia do 23º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem (CBCENF).
As novas perspectivas da Enfermagem no século XXI resultaram no surgimento de uma série de necessidades. Para aqueles que buscam adentar na seara científica, é preciso se pautar nos resultados, adquirir novas competências, aderir a novos modelos gerenciais e assistenciais, padronizar a linguagem, e incentivar o autodesenvolvimento e o autoconhecimento. No entanto, problemas de financiamento, a falta de qualidade na investigação e a necessidade de adequação às novas necessidades sociais e agendas de saúde oferecem obstáculos para a plena produção acadêmica brasileira.
Movimento “Ciência Aberta” é a chave para a democratização da produção científica em Enfermagem
Isabel Cunha, editora-associada da revista Enfermagem em Foco, destacou a importância das revistas científicas enquanto agentes de promoção da produção e divulgação de trabalhos, fortalecendo, consequentemente, a Enfermagem. Segundo a pesquisadora, a solução para a superação de desafios se encontra no alinhamento da profissão à iniciativa da “Ciência Aberta”. “Este é um movimento internacional que advoga pela abertura das publicações, dados de pesquisa, metodologias, e códigos de software, visando ampliar a possibilidade de inovação não apenas nas pesquisas científicas, mas também na forma de comunicar a ciência. É hora de a Enfermagem abraçar esta iniciativa, buscando sempre a disseminação do conhecimento”, afirmou.
Francisco Lama, integrante da Biblioteca Virtual em Saúde e Enfermagem, atribui a grande produção ao alto número de cursos de pós-graduação na área existentes no Brasil (118). “Apesar dos desafios impostos, temos uma produção científica em Enfermagem invejável. “Concentramos percentual considerável dos trabalhos publicados mundialmente, e somos o país que mais pesquisa Enfermagem na América Latina”, destacou.
Brasil é o país latino-americano que mais produz pesquisas científicas sobre a Enfermagem
Revista Enfermagem em Foco – Lançada em 2010 pelo Conselho Federal de Enfermagem, a revista tem como objetivo contribuir para o fortalecimento e o desenvolvimento da profissão, propiciando o consumo crítico da produção científica e disponibilizando aos profissionais de Enfermagem conhecimentos atualizados através do debate acerca da Enfermagem como trabalho social e profissão do cuidado humano. Em 2020, a revista avaliou 1060 artigos inéditos e em 2019, esteve entre as 10 revistas de Enfermagem mais citadas na região Ibero-Americana.
Fonte: Ascom – Cofen