Deputados criam comissão especial da PEC da Enfermagem

A PEC 27 seria um dos caminhos para viabilizar um valor próximo dos R$ 10 bilhões, segundo a deputada Carmen Zanotto

A Câmara dos Deputados criou, nesta quarta-feira (23/11), uma comissão especial para analisar a PEC 27/2022 (conhecida como PEC da Enfermagem), de autoria do deputado Mauro Benevides (PDT/CE), que permite usar o superávit de fundos públicos federais para pagar o Piso da Enfermagem. Os trabalhos estão previstos para começar na semana que vem.

Lei 14.434, sancionada pelo presidente da república em agosto, foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no mês seguinte por 60 dias, até que entes públicos e instituições privadas da área da saúde definissem fontes para vencer o impacto, estimado em R$ 10 bilhões anuais.

A PEC da Enfermagem seria um dos caminhos para viabilizar um valor próximo dos R$ 10 bilhões. Segundo a relatora do Piso da Enfermagem, deputada Carmen Zanotto (Cidadania/SC), a instalação da comissão especial impõe celeridade ao processo de aprovação do custeio, que não estouraria o teto de gastos.

“A Enfermagem não pode esperar. Por isso, vamos instalar o mais rapidamente possível essa comissão especial e vamos garantir o relatório também no prazo de 10 sessões. Com essa iniciativa parlamentar, vamos garantindo parte das fontes de financiamento atendendo a estados, municípios, união e também hospitais filantrópicos”, declarou Carmen.

O deputado Mauro Benevides afirmou que a proposta não compromete os orçamentos dos entes federativos. “Estamos dispondo do superávit financeiro de fundos federais – entre R$ 10 bilhões e 11 bilhões – para o pagamento do piso”, explicou.

A deputada Alice Portugal (PCdoB/BA) declarou que o objetivo é garantir a aprovação da PEC da Enfermagem. “Essa proposta nos garante nesse momento a possibilidade de resolver finalmente a execução do piso salarial da Enfermagem. Fizemos esse esforço para dar fontes de financiamento para pagar o piso da Enfermagem brasileira sem furar teto”, afirmou.

Para o deputado Ruy Carneiro (PSC/PB), a proposta pode resolver definitivamente a questão do piso salarial da Enfermagem, que é objeto de uma lei e de uma emenda constitucional, mas ainda não entrou em vigor. “Essa questão é até constrangimento para os parlamentares que lutamos aqui, aprovamos as propostas, mas na verdade a situação ainda não se concretizou. Entramos agora na reta final”, afirmou.

Valores – O piso salarial da Enfermagem estabelece pagamento mínimo de R$ 4.750 para enfermeiros, 70% deste valor, ou seja, R$ 3.325 para técnicos, e os auxiliares e as parteiras não podem receber menos que a metade do piso pago aos enfermeiros, ou seja, R$ 2.375.

“O Piso Salarial representa um reconhecimento do papel crucial da Enfermagem nos serviços de Saúde. Os valores aprovados são fruto de ampla pactuação e diálogo, já levando em consideração a realidade econômica. Estamos confiantes na vitória da Enfermagem, e mobilizados junto ao Congresso aprovar fontes de custeio que possibilitam a implementação do Piso”, afirmou a presidente do Cofen, Betânia Santos.

 

Fonte: ASCOM-COFEN