Coren/SC se veste de rosa em alusão ao Outubro Rosa, movimento popular conhecido internacionalmente pela prevenção ao câncer de mama

O Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina (Coren/SC) se solidariza com a luta contra ao câncer de mama e hoje primeiro dia do Outubro Rosa os trabalhadores da sede e subseções estão trajando alguma peça rosa e durante todo o mês os departamentos estarão enfeitados com balões e laços rosa.

E para chamar a atenção dos leitores para a causa, o tradicional laço do movimento estará na logo do Coren/SC em todo o mês de outubro. Todo o ano, o Coren/SC adere à causa, mas neste convive com esta realidade. Para mostrar que a vida não acaba quando se descobre a doença, mas ao contrário precisa-se de muita vida para seguir em frente, o Coren/SC compartilha a história da Auxiliar Administrativa do Conselho, Subseção Joinville, Leila Scremin Filardo.

Leila_1Leila descobriu a doença por acaso, não sentia dores, mas ao se tocar, certo dia, próximo ao final do ano de 2013, descobriu um pequeno caroço no seio esquerdo. A princípio achou que não fosse nada e esperou por alguns dias, como não desapareceu foi ao médico. E no dia 17 de fevereiro de 2014, dois dias após completar 38 anos, viu o mundo virar de cabeça para baixo, todos os medos e anseios haviam se confirmado e mesmo estando preparada para receber a tal notícia não foi suficiente para tamanho impacto. Mesmo saindo do consultório confusa, reuniu forças e foi trabalhar, queria se desligar um pouco da notícia que acabara de receber.

Durante os exames pré-operatórios, Leila descobriu outros problemas de saúde, mas nada correlacionado ao câncer. E 48 dias após o diagnóstico, fez a cirurgia de mastectomia com reconstrução mamária. Teve poucos dias para se recuperar e iniciou a quimioterapia, logo após a primeira sessão começou a ter queda de cabelo, foi cortando aos poucos até não ter mais alternativa e raspou na zero. “O salão estava bem vazio, era uma terça-feira à tarde e o cabeleireiro disse que primeiro passaria a máquina de número cinco para eu ir me acostumando, mas disse a ele para não se preocupar porque estava caindo tudo mesmo… Quando cortou tudo disse que eu deveria ser uma criança muito arteira, pois encontrou algumas cicatrizes na careca e contei sobre alguns traumas devido as artes que fiz quando criança e foi divertido”, e complementa “eu até que acho que não ficou feio. O que me incomoda um pouco ainda é o olhar das pessoas, quando se usa lenço todo mundo olha com aquele olhar de ‘coitada’, tem câncer. No início foi bem difícil. Mas também aproxima muitos que passaram ou estão passando pelo mesmo problema”.
Foram seis sessões de quimioterapia que a deixaram debilitada, e dia 5 de setembro de 2014 foi a última sessão, agora está na fase da radioterapia, que serão ao todo 28 sessões.

Mesmo diante de tantas dificuldades Leila tenta manter uma rotina, acorda cedo prepara o café para o esposo, se o tempo está bom aproveita para caminhar, pois pela manhã é quando tem mais disposição. Quando retorna da caminhada prepara um suco verde, que ajuda na imunidade, e prepara o almoço. À tarde fica para as consultas médicas, quando as têm, e para o cuidado com o jardim.

Leila é uma pessoa alegre e querida por todos que a rodeiam, busca forças em Deus, no esposo, na família e nos amigos. “Minha família é tudo de bom. Tenho apenas um irmão, mas muitas primas e primos. Cunhadas e cunhado e concunhados (risos) todos de alguma forma me dão forças. Meu companheiro é a pessoa que mais eu exijo forças (risos) ele me ajuda em tudo. E os amigos são muito importantes neste momento. Eles me convidam para vários compromissos para me manter ocupada. Dão-me força e tentam me tirar do foco da doença”.

No início foram muitos os questionamentos, tentava achar o porquê, má alimentação, estresse, carma, mas hoje encara como uma loteria ao contrário, dentre tantos foi a sorteada. “O importante é o que vou fazer de agora em diante para me curar” e completa “todas as noites agradeço a Deus por tudo de bom que tenho em minha vida: família, amigos, trabalho. Depois agradeço pela cura que vai chegar, e me vejo com a saúde totalmente restaurada. E peço proteção e saúde para minha família e amigos”.

Dica da Leila:

Toquem-se, façam o autoexame e que se encontrarem algo anormal não deixe para depois, consulte um mastologista e tire as dúvidas. As chances aumentam quando diagnosticado no estágio inicial da doença.

O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo, sendo mais comum entre as mulheres, e raro para os homens. Por ano são registrados 22% de novos casos. Se diagnosticado e tratado precocemente, o prognóstico é relativamente bom.
A prevenção, o autoexame e os exames periódicos ainda são os melhores remédios.

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Leila orgulhosa com o esposo, mostrando o novo visual

História do movimento

O nome Outubro Rosa remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e instiga a participação da população, de entidades, e empresas públicas e privadas. O movimento teve início nos Estados Unidos, onde vários Estados promoviam ações isoladas referentes ao câncer de mama, e realização de mamografias durante o mês de outubro. Com a aprovação do Congresso América, o mês de Outubro se tornou o mês nacional (americano) de prevenção ao câncer de mama.

Não se sabe ao certo o dia em que os monumentos, prédios, pontes, teatros e outros se iluminaram de rosa, mas o importante é que o movimento ganhou notoriedade e popularidade. O sucesso do Outubro Rosa conquistou o mundo de forma bonita, elegante e feminina, motivando e unindo diversos povos em torno dessa causa nobre. Isso faz que a iluminação em rosa assuma importante papel, tornando um ícone, que é compreendido em qualquer lugar no mundo.

No Brasil, a primeira iniciativa se deu em 2 de outubro de 2002. Em comemoração aos 70 anos de encerramento da Revolução Constitucionalista, no Mausoléu do Soldado Constitucionalista (mais conhecido como o Obelisco do Ibirapuera), na Capital de São Paulo, o obelisco de 72 metros de altura, revestido de mármore travertino iluminou-se de Rosa. O tempo foi curto, mas o necessário para atrair a atenção para a causa.