Enfermeiro participará do revezamento da tocha olímpica

Luís Carlos Casemiro é enfermeiro da Rede Sarah e acredita na importância do esporte para a reabilitação

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Nelson Dias Leoni, militar reformado e oficial de comunicação da UNICEF, e Luis Carlos Cassemiro, enfermeiro que trabalha com reabilitação de pacientes com lesão na medula (crédito: Jorge William/O Globo)

Às 14h18m desta terça-feira, o enfermeiro Luís Carlos Cassemiro e o militar reformado Nelson Dias Leoni já têm um compromisso marcado. Ele durará poucos segundos, mas haverá muitos curiosos e câmeras de TV registrando o momento. Luís Carlos passará para Nelson a chama olímpica, na Praça do Relógio, em Taguatinga, a 20 km do centro de Brasília. Eles fazem parte do grupo de 141 pessoas que vão participar do revezamento da tocha em Brasília. Com tanta gente, o trajeto de cada um será em geral de apenas 200 metros, durando em média dois minutos. Assim, a programação traz horários precisos.

Em Brasília Todo o trajeto somará 105 quilômetros, incluindo deslocamentos por carro. Desses, 40 serão de revezamento, feito da maneira tradicional, a pé, ou por meios alternativos: bicicleta, rapel, embarcações e até a nado.

Luís Carlos e Nelson são anônimos que, pela ação de amigos, foram escolhidos para participar do revezamento em Brasília. Eles foram chamados pelo banco Bradesco, um dos patrocinadores do evento. A empresa fez um concurso, em que qualquer pessoa poderia mandar uma história marcante, desde que não fosse de si próprio, mas de alguém que conhecia.

Luís Carlos é enfermeiro em um dos hospitais da Rede Sarah, a mesma pela qual Nelson passou em Brasília. O trabalho dele é justamente na reabilitação de pessoas com lesão medular e que vivem em cadeiras de rodas. Nascido em Iracemápolis (SP) há 58 anos, está em Brasília há 32. Ele diz que sempre praticou atividade desportiva e, há 11, é triatleta amador. No seu trabalho, ele diz que parte do processo de reabilitação passa justamente pelo incentivo ao esporte.

– O processo de reabilitação os incita a participar de atividade desportiva. Alguns (dos pacientes) vão participar da Paraolimpíada. O início não é tão fácil, mas alguns vão em frente – conta Luís Carlos.

Eles não puderam escolher os trechos que vão percorrer, mas isso é detalhe para os dois.

– São os 200 metros mais expressivos que vou percorrer como triatleta amador – diz Luís Carlos.

LEMBRANÇA PARA GUARDAR

Além de participar do revezamento, eles vão poder guardar a tocha de lembrança. Isso porque é a chama, e não a tocha, que é repassada de um participante para o outro.

– Vou guardar com muito carinho – promete Nelson.

Em Brasília, o revezamento da tocha começará às 10h, no Palácio do Planalto, com Fabiana Claudino, bicampeã olímpica em 2008 e 2012 e capitã da seleção brasileira de vôlei. Na ordem, irão na sequência:

– Artur Ávila Cordeiro de Melo, primeiro pesquisador brasileiro e da América Latina a receber a Medalha Fields, considerada o Nobel da Matemática;

– Gabriel Hardy, de 16 anos, promessa do karatê;

– Ângelo Assumpção, da ginástica artística, que já foi alvo de racismo dos colegas de equipe;

– Aurilene Vieira de Brito, diretora da Escola Estadual Augustinho Brandão, em Cocal dos Alves (PI);

– Hanan Khaled Daqqah Hanan, refugiada síria de 12 anos que mora em São Paulo

– Adriana Araújo, única brasileira medalhista olímpica no boxe, conquistou o bronze em 2012;

– Gabriel Medina, campeão mundial de surfe em 2014;

– Paula Pequeno, bicampeã olímpica em 2008 e 2012 e melhor jogadora dos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008;

– Vanderlei Cordeiro de Lima, ganhador do bronze na maratona de 2004, em Atenas, onde foi atacado pelo padre irlandês Cornelius Horan.

Vários atletas brasilienses vão participar do revezamento, como a ex-jogadora de vôlei Leila, atualmente secretária de Esporte e Lazer do DF; Joaquim Cruz, medalha de ouro no atletismo nas Olimpíadas de 1984, em Los Angeles; e o zagueiro Lúcio, pentacampeão pela seleção de futebol em 2002.

Fonte: Conselho Federal de Enfermagem