A enfermeira Priscila nos conta um pouco das mudanças na rotina dos cuidados na UTI com o início da pandemia.
“Meu nome é Priscila da Silva Timoteo, sou enfermeira há 10 anos, sendo que há 7 anos atuo no Hospital Governador Celso Ramos. A UTI onde desenvolvo minhas atribuições, há seis meses, se tornou unidade Covid-19 e eu e toda equipe de enfermagem estamos nos dedicando aos pacientes. Deixamos de cuidar de pacientes ao qual somos referência: neurologia, cirurgia geral e ortopedia (sendo assistidos em outra unidade) para cuidar de pacientes com um “novo diagnóstico”.
Especificamente neste ano, 2020, em que a OMS define como Ano Internacional da Enfermagem, ocorreram muitas mudanças e desafios.
Em relação a vida pessoal, muitos membros da equipe de Enfermagem se isolaram de seus familiares e amigos; alguns alugaram um local e saíram de casa para proteger entes queridos; projetos foram adiados; viagens foram canceladas; férias e licença prêmio foram suspensas; e permanecemos firmes e dispostos a cuidar.
Na questão profissional, estamos trabalhando 12h no plantão com todos os EPIs: gorro, óculos, face shield, máscara N95, avental, uniforme e sapato apropriado. Muitos dos colegas ainda realizam duplo vínculo. Não tem sido fácil trabalhar com toda essa paramentação, mas é algo extremamente importante para a biossegurança; houve mudanças na estrutura física, recursos humanos e materiais no setor; continuamos a realizar procedimentos invasivos; aprendemos a lidar com uma quantidade de administração de medicamentos ainda maior; realizamos posição prona em pacientes hemodinamicamente instáveis, algo que não era realizado de rotina; e permanecemos realizando os cuidados intensivos.
Nesta relação também temos empatia por nossos pacientes, por não poderem receber visitas de familiares e amigos; bem como, os mesmos não poderem visita-los; mesmo assim tentamos amenizar esta situação e permanecemos a cuidar porque somos humanos.
Valorizo todos os profissionais de Enfermagem: enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e obstetrizes que permanecem a cuidar. Nossa profissão está presente do início ao fim da vida. Agradeço ao Coren/SC que permanece atuando pela valorização, defesa e luta profissional. Que possamos exercer a Enfermagem com responsabilidade, autonomia, recursos, segurança técnica, científica e ambiental segundo princípios legais, éticos e dos direitos humanos. Independente de tempos de pandemia, que possamos permanecer e ser protagonistas no cuidado a saúde.”
Priscila da Silva Timoteo, enfermeira no Hospital Governador Celso Ramos, Florianópolis (SC)
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A série “Histórias da Enfermagem na linha de frente” publica relatos sobre o esforço pelo bem-estar dos pacientes, através dos cuidados prestados pela nossa Enfermagem.
Mande um breve texto que fale da sua rotina ou apenas de um acontecimento dentro da sua unidade de trabalho, da história do atendimento a um paciente sem ser identificado. Se quiser, mande foto também e até vídeo para comunicacao@corensc.gov.br.