Representante catarinense no Cofen, Enfº Dr. Gelson Luiz de Albuquerque fala sobre as propostas de trabalho e desafios da Gestão 2012-2015

gelson(1)Enfª Dra. Felipa Rafaela Amadigi, presidente do Coren/SC, Enfª Dra. Judite Bertoncini, Conselheira do Coren/SC, Enfº Dr. Gelson Luiz de Albuquerque, 1º Secretário do Cofen, e Enfª Dra. Denise Pires, Conselheira e ex-presidente do Coren/SC, na posse da Gestão Cofen 2012-2015

O Conselho Federal de Enfermagem realizou no dia 25 de abril, em Brasília, a solenidade de posse da diretoria e do plenário para a Gestão 2012/2015. “Consolidar as conquistas e avançar” é o lema do novo pleno que tem como presidente a Enfermeira paranaense Marcia Krempel e como vice-presidente, o Enfermeiro cearense Osvaldo Albuquerque Sousa Filho. O Enfº Dr. Gelson Luiz de Albuquerque, representante de Santa Catarina, permanece no cargo de 1º Secretário do Cofen, mesmo que ocupou na gestão anterior. Nesta entrevista, ele fala sobre as propostas de trabalho e lutas da nova gestão. Confira:

Coren/SC: Quais os projetos e perspectivas para a nova gestão do Cofen?

gelson1Enfº Dr. Gelson: Primeiramente, é necessário agradecer ao Coren/SC e à ABEn-SC por indicarem o meu nome para continuar a atuar, por mais três anos, junto ao Conselho Federal de Enfermagem. E, por isso mesmo, nossa relação de compromisso institucional se fortalece, visto que essa representação se dá sempre pelos interesses maiores de nossa profissão, de nosso coletivo.

Nos últimos três anos de gestão fizemos muito pela Enfermagem do Brasil e, claro, catarinense. Muito mais faremos neste novo período que iniciamos, pois o Cofen assumiu, de fato, o seu verdadeiro papel. O reconhecimento desse trabalho não se apresenta apenas em nossa estrutura de Conselho, mas é demonstrado também nos diversos espaços e instituições, nos Ministérios, no Congresso Nacional. Resgatamos o respeito à essa organização e, agora, é necessário que continuemos a aprofundar as mudanças em prol da Enfermagem.

Na perspectiva interna ao Sistema Cofen-Conselhos Regionais, temos consciência da importância em dar continuidade ao trabalho de gestão voltada ao caráter público dessa organização. É preciso não titubear com essa questão, ampliando o planejamento organizacional com monitoramento de resultados, ampliando a socialização das informações à Enfermagem em seu conjunto.

Também é primordial dar continuidade ao estabelecimento fraterno e solidário de nossas relações com as demais organizações da Enfermagem, da saúde e do controle social. Assim, com um planejamento articulado, preservando as características de cada organização, ampliaremos nosso poder e capacidade para que a sociedade brasileira possa ter, cada vez mais, uma prestação de serviços qualificada na área, bem como para que os trabalhadores envolvidos nesse processo possam ter garantidas à qualidade de vida, atuando em ambientes adequados, com salários dignos e numa jornada semanal de trabalho de 30 horas.

É preciso destacar que os membros de nossa chapa têm consciência dos problemas ainda represados e dos desafios em manter o Cofen na categoria de instituição com respeitabilidade e modelo de gestão pública, o que por si só garante a continuidade do trabalho até aqui realizado.

Coren/SC: Qual a perspectiva de ações estadualizadas?
Enfº Dr. Gelson: Esta questão é importante para esclarecer uma situação: o tema da representação federativa do Cofen versus seus Conselhos Regionais. O Conselho Federal pretende comprometer-se nos trabalhos conjuntos que possa estabelecer com os Regionais, porém, é importante preservar a autonomia dessas organizações.

Assim, as ações que poderemos estabelecer com o Coren/SC serão aquelas por este ente definidas e compatibilizadas com a estrutura legal, financeira e patrimonial envolvidas, como o fizemos até aqui. Certamente estamos sempre abertos e as ações que fizemos com o Coren/SC até aqui são o testemunho concreto de nosso interesse em manter elevado esse apoio organizacional.

Coren/SC: E sobre as lutas da Enfermagem?
Enfº Dr. Gelson: Temos clareza da importância de pressionarmos ainda mais a aprovação imediata da jornada semanal de trabalho de 30 horas para os Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem. Santa Catarina, através de diversas organizações, tem dado exemplo em como conduzir essa luta. Mas muito há para fazer, em especial, porque as forças retrógadas do setor saúde mobilizam-se e têm armas que nós não temos. É preciso cercar Brasília com todas as formas de pressão para que esse projeto possa, enfim, ser votado no Plenário da Câmara dos Deputados e, depois, sancionado pela Presidenta da República, que já assumiu esse compromisso. Cada profissional e estudante de Enfermagem têm uma responsabilidade enorme nesse enfrentamento: é preciso que cada um dedique algum tempo de suas vidas para essa ação.

Da mesma forma, temos que garantir a aprovação do piso salarial nacional para a Enfermagem na Câmara e, depois, no Senado Federal. Acredito que uma luta que nos unifica no Brasil inteiro é estarmos sempre atentos às tentativas de privatização do setor saúde. Isso, certamente, é algo que nos aglutinará mais ainda: a defesa do SUS e do caráter público do setor saúde. Além dessas lutas que melhoram nossa condição de vida e trabalho, é fundamental dar sequência às modificações dos instrumentos legais que regem a profissão, razão pela qual nossa gestão assume esse compromisso de forma efetiva.

Confira mais informações no Portal Cofen