Como estratégia para implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em todos os setores do Hospital Governador Celso Ramos (Florianópolis), uma comissão de servidores da própria instituição elencou como ação número 1: capacitar os demais servidores sobre o assunto. A comissão, formada para implantar a SAE no Hospital, desenvolveu o curso “Sistematização da Assistência de Enfermagem: Perspectivas da Prática” em seis encontros e abriu vagas para que estudantes e profissionais de Enfermagem de outras instituições também participassem.
“Tivemos a preocupação de oferecer o curso em quatro turmas com horários diferentes para oportunizar maior participação dos trabalhadores de Enfermagem, além disso convidamos profissionais com experiência e conhecimento no assunto para ministrar cada conteúdo”, detalhou a Coordenadora do curso, Enfermeira Msc. Helga Regina Bresciani, que também é coordenadora do Departamento de Fiscalização e Ética do Coren/SC.
Helga, que trabalha no Hospital Celso Ramos há 20, relembrou no encontro de 18 de março, Turma IV, que participou ativamente do processo de implantação da SAE na UTI do Celso Ramos. “Começamos primeiramente escrevendo os Protocolos de Enfermagem e Pops e executando etapas da SAE, como histórico de Enfermagem e evolução, depois encaramos que era indispensável passarmos a fazer todas as etapas da Sistematização da Assistência de Enfermagem. E hoje executar a SAE faz parte da rotina da equipe de Enfermagem da UTI do Hospital Celso Ramos”, avaliou.
Prevista na Resolução Cofen nº 358/2009, a Sistematização da Assistência de Enfermagem deve ser realizada em todos os ambientes, públicos ou privados, em que ocorra o cuidado profissional de Enfermagem. Esse assunto foi tratado na palestra “Aspectos legais da Sistematização da Assistência de Enfermagem”, ministrada pela Presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina (Coren/SC), Enfermeira Dra. Felipa Amadigi.
A Presidente do Coren/SC resgatou os conceitos de sistematizar e desmistificou o argumento de que é burocrático implementar a SAE. “A SAE é a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, que viabiliza a organização da assistência de Enfermagem e confere ao profissional um aumento de suas ações, o respaldo legal e o aumento do vínculo entre o profissional e o cliente”, explicou Amadigi ao ler trecho do livro de Castilhos e outros autores. “A SAE organiza-se em cinco etapas, em que toda a equipe de Enfermagem está inserida: coleta de dados de Enfermagem; diagnóstico de Enfermagem; planejamento; implementação e avaliação. Além da questão da organização do trabalho e qualidade da assistência, é preciso fazer esses registros de Enfermagem para garantir a segurança do paciente e para mostrar também em números o real impacto da assistência em Enfermagem”, complementou a Presidente do Coren/SC.
Conteúdo programático
Nos seis encontros, estão sendo abordados os seguintes conteúdos: Aspectos Legais da Sistematização da Assistência de Enfermagem (ministrado pela Enfermeira Dra. Felipa Amadigi); Teorias de Enfermagem: sensibilização e concepções (Enfermeira Msc. Helga Bresciani), Processo de Enfermagem: etapas e suas concepções teóricas (Enfermeira Dra. Luciana Martins da Rosa); Classificações em Enfermagem e as contribuições para a práxis (Enfermeira Dra. Maritê Inez Argenta); Anotações de Enfermagem e evolução de Enfermagem (Enfermeira Msc. Helga Bresciani); e Experiências práticas da SAE (Enfermeiras Dra. Carla Pauli e Msc Clarice Koerich).
Ao todo, o curso formará cerca de 85 profissionais e estudantes de Enfermagem. As aulas iniciaram em novembro do ano passado e encerrarão em abril deste ano.