Durante fiscalização, o Enfermeiro Fiscal Daniel Matias Ghizoni, do Conselho Regional de Enfermagem (Coren/SC), da Subseção Blumenau, foi surpreendido com a inovação na Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) na Clínica Cardioprime de Blumenau.
No dia 8 de outubro de 2014, em fiscalização de rotina o Enfermeiro Fiscal Daniel percebeu que a Enfermeira Responsável Técnica pela Gerência do Serviço de Enfermagem, Marisete de Fátima de Almeida Junckes, implementou novos instrumentos e aperfeiçoou os já existentes na SAE, conforme Resolução Cofen nº 358/2009. Ficando materializado na ficha de registros de Enfermagem no prontuário físico, manual de normas e rotinas, instrumento de orientação para os pacientes acerca dos exames realizados, instrumento de controle de iatrogenias relacionadas à infecção, entre outros instrumentos.
Marisete implantou o sistema em 2007 e ao longo dos anos foi aprimorando, buscando padronizar os registros de Enfermagem realizados e na melhoria da qualidade dos serviços prestados. “Também estamos melhorando na qualidade das identificações do profissional ao final dos registros de Enfermagem, em cumprimento a Resolução Cofen nº 191/1996 e do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem”, e complementa “iniciamos com uma SAE bem ‘tímida’ e aos poucos fomos dando forma a ela, moldando conforme o perfil do nosso publico. Hoje estamos com uma SAE completa, e ressaltamos que é possível aplicá-la em todos os pacientes, é um trabalho muito bacana e super gratificante. Estou orgulhosa de poder olhar para tudo que está sendo implantado e de poder dizer que faço parte desta historia”, relata Marisete.
Outro item que chamou a atenção do Enfermeiro Fiscal foi à regularização do Cálculo de Dimensionamento de Pessoal, solicitação de fiscalização anterior, em conformidade com a Resolução Cofen nº 293/2004. Para suprir as necessidades da instituição foi necessária a contratação de dois novos profissionais de Enfermagem. Hoje a Clínica Cardioprime conta com duas Enfermeiras e seis Técnicas de Enfermagem.
De acordo com o Enfermeiro Fiscal Daniel, “atitudes como estas devem ser valorizadas e divulgadas, pois mostram como o empenho e comprometimento característicos da Enfermagem Brasileira, associados a uma visão institucional que respeita e estimula o trabalho destes profissionais, certamente renderá bons frutos, que impactarão de maneira decisiva na qualidade e no grau de satisfação dos clientes/pacientes atendidos”.
Conheça um pouco sobre a Resolução do Cofen de nº 358, de 15 de outubro de 2009, que dispõe sobre a Sistematização de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências.
No Art. 2º, diz: O Processo de Enfermagem organiza-se em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes:
I – Coleta de dados de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas variadas, que tem por finalidade a obtenção de informações sobre pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo de saúde e doença.
II – Diagnóstico de Enfermagem – processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados na primeira etapa, que culmina com a tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de Enfermagem que representam, com mais exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; e que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva alcanças os resultados esperados.
III – Planejamento de Enfermagem – determinação dos resultados que se espera alcançar; e das ações ou intervenções de Enfermagem que serão realizadas face às respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem.
IV – Implementação – realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de Planejamento de Enfermagem.
V – Avaliação de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudança nas respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença, para determinar se as ações ou intervenções de Enfermagem alcançaram o resultado esperado; e de verificação da necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem.
Art. 3º, diz: O Processo de Enfermagem deve estar baseado num suporte teórico que oriente a coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de Enfermagem e o planejamento das ações ou intervenções de Enfermagem; e que forneça a base para a avaliação dos resultados de Enfermagem alcançados.