Coren/SC pede explicações sobre demissões de servidores no Instituto de Cardiologia

O Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina (Coren/SC) protocolou ofício direcionado ao governador do Estado Raimundo Colombo, ao vice-governador Eduardo Pinho Moreira e ao Secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinubing, solicitando esclarecimentos sobre as demissões que vem ocorrendo no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina (ICSC).

Cerca de 50 servidores da saúde correm o risco de serem exonerados da sua função, por estarem contratados com base em decisão judicial desde 2014. Esses profissionais passaram no concurso de 2012, que teve destinação de vagas para cada unidade, sendo que no ato da inscrição o candidato deveria escolher em qual unidade queria concorrer à vaga. No entanto, ao invés de chamar os que escolheram o ICSC, o Governo do Estado remanejou servidores do Hospital Regional de São José para o Instituto, desrespeitando o concurso. Tais servidores entraram com ações na Justiça e foram contratados em 2014, mas agora estão prestes a serem demitidos já que o Governo do Estado recorreu contra as liminares que permitiram a nomeação dos concursados.

O Coren/SC quer saber quais as justificativas para tais demissões, já que o atendimento no ICSC demanda mais profissionais e o corte pode representar o fechamento de 30 leitos dos 130 existentes e até mesmo algumas áreas da UTI, conforme declaração do próprio diretor da unidade, Jamil Schneider.

O ICSC realiza por mês 1200 atendimentos na emergência, mais de 3 mil atendimentos no ambulatório e cerca de 450 internações. Esses serviços seriam prejudicados com a saída destes 50 concursados, ou seja, quase 10% do total de servidores da unidade, que somam 608 profissionais.

“Se houve erro no remanejamento do Hospital São José para o Instituto para tentar coibir as ‘horas plantão’, ao invés de chamar os aprovados no concurso, o Governo deve rever essa ação, aceitar o que a Justiça determinou em 2014 e permitir que esses profissionais que já estão há dois anos na unidadecontinuem atuando sem precisar fazer novo concurso. O dimensionamento dos profissionais de Enfermagem nas unidades de saúde já está falho, pois faltam servidores para um atendimento de qualidade, portanto não entendemos porque estão sendo feitas tais demissões”, disse Helga Bresciani, presidente do Coren/SC.

 

(Crédito da foto: SindSaúde/Divulgação)