Foto: Assessoria de imprensa Hospital Santa Isabel
O Hospital Santa Isabel, de Blumenau, atingiu a marca do milésimo transplante de fígado, no dia 28 de junho. A paciente Ezenilda Alves Trindade, de 63 anos, foi beneficiada pela boa ação da família de uma jovem de 18 anos, que foi responsável por ajudar a salvar outras sete vidas. O primeiro transplante de fígado do estado foi realizado em 2002, pela mesma instituição.
A conquista do Hospital Santa Isabel é também um marco para seus profissionais de Enfermagem. Márcia Fidauza, diretora de Enfermagem da instituição conta que a história dos transplantes realizados no Santa Isabel foi possibilitada durante a direção da Enfermeira Neide da Silva Knihs. “Há um auto-reconhecimento do enfermeiro por participar do processo de doação de órgãos, que vai desde a coordenação, preparo do ambulatório, organização e atuação na unidade de transplante. Este foi o milésimo de fígado, mas tem os de coração, de intestino, de pulmão. A perspectiva é sobre todos os transplantes. Uma só pessoa que perde a vida pode ajudar pelo menos oito a viver”.
Gisélia Theiss, Enfermeira e coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott), destaca o apoio do profissional de Enfermagem no cuidado com o paciente, auxiliando na constatação da morte encefálica, no contato com a família para o anuncio da morte, na entrevista para a doação de órgãos e na realização do transplante. “Em um momento sensível por causa da morte, mas de fazer o bem com a doação, os profissionais de Enfermagem são essenciais”.
A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott) do Hospital Santa Isabel teve início com a Central de Transplantes em 1999, quando a Enfermeira Neide da Silva Knihs era diretora da instituição. Em 2000, a comissão foi instaurada oficialmente, sob coordenação da Enfermeira Neide. Ainda em 2000, foi feito o primeiro transplante de coração e em 2002, o transplante número um de fígado foi realizado. Em 2006, Neide foi contemplada pelo Prêmio de Incentivo a Doação de Órgãos do Brasil na categoria Melhor Coordenação.
Atualmente, Neide é professora do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e ministra o curso de Comunicação em situações críticas e entrevista familiar, em instituições de São Paulo, Paraná e Amazonas a cada dois meses, e eventualmente em outras localidades do Brasil. Segundo a enfermeira, participam do curso “desde o porteiro até os profissionais da saúde, para saber como agir falar com as famílias e entender o processo de morte”. “Devemos ressaltar a importância do profissional de Enfermagem no processo de transplantes de órgãos, um trabalho grandioso que nem sempre é mencionado”, pondera. As grandes realizações da Enfermeira Neide da Silva Knihs continuaram fora do Hospital Santa Isabel. Em 2010 e 2011, Neide auxiliou na implantação do transplante de fígado do Hospital Universitário da UFSC.