Nota em defesa dos trabalhadores de Enfermagem

Em-defesa-dos-trabalhadores_rev00O laço mais forte que nos une como profissionais de saúde é sermos pessoas que escolhemos amar a vida e o cuidado dela, e disso, nunca nos corrigiremos. Esta profissão nossa de cada dia é a que cuida do cuidado humano, a que nos faz a todos profissionais, co-autores das obras que nossa geração irá deixar aos que virão depois.

Entendemos todos que o processo histórico não nos permite, como a ninguém, ficar à parte, à margem do seu efervescente decurso. Somos, queiramos ou não, testemunhas e protagonistas a um só tempo de acontecimentos que movem a nossa vida profissional e são documentadas a nós por sua face política e espiritual. Nestas, a governabilidade se fez no paradigma de desenvolvimento pela Participação, oferecendo à Sociedade de Enfermagem de todo o Estado de Santa Catarina a prosperidade democrática e a autonomia pelos saberes e práticas profissionais e de inter-relações no campo de atuação social da saúde.

Todos bem sabemos que as condições de trabalho da saúde no Brasil vivem historicamente um processo à beira de uma crise de sustentabilidade entre sua oferta de qualidade de serviços, tal como requer o empreendimento de cuidar de pessoas, e um desgaste preocupante à Saúde de seus trabalhadores para obter o propósito do cuidado, nas características mínimas de uma construção justa, sem maleficências e com beneficências. Na esteira das proposições para nosso cotidiano, aparecerão nossas lutas antigas e novas que se apresentam. Seria impossível a nós, sermos indiferentes, ou silenciarmos nesta oportunidade, a uma luta que se arrasta nas resistências das instâncias de decisão política.

Não mais aceitaremos atuar sem condições de qualquer ordem, quaisquer que sejam as funções dos trabalhadores no seu processo e produção laboral; e muito menos, as realizadas por trabalhadores que cuidam da Saúde Humana, como é o caso específico da Enfermagem como profissão. Entretanto, não confundimos nossos requerimentos com o inestimável valor que atribuímos à vida das pessoas e grupos, conforme necessidades vitais e súbitos acometimentos, tais como os desafios humanos de ter que conviver com as perdas diante dos atrasos dos quais padecemos.

Assim é que queremos manifestar nossa posição ao lado dos que labutam com o sofrimento, por vários determinantes e condicionantes.

Defendemos o debate amplo para progredir com justiça social, sem retrocessos implicados na chamada reforma da previdência, sem retirada dos direitos trabalhistas e pela manutenção dos direitos já conquistados em prol da valorização dos trabalhadores.

Aqui, somos todos construtores dessa Enfermagem, reconhecida por suas qualidades e peculiaridades, nas diversas regiões geográficas do Estado, já que medidas são necessárias, mas, o trabalhador não pode pagar esta conta já que a iniciativa de criar estratégias com os projetos de lei que tira direitos fundamentais tem forte tendência há não evidenciar onde está o foco dos problemas.

Helga Regina Bresciani
Presidente do Coren/SC