Coren/SC participa de Encontro sobre o papel da Enfermagem Obstétrica na promoção da saúde

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A conselheira do Coren/SC Angela Blatt Ortiga compôs a mesa de autoridades durante a abertura do I Encontro sobre o papel da Enfermagem obstétrica, neonatal e obstetrizes  na saúde catarinense, promovido pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), em Florianópolis (SC), na última quinta-feira (1º de maio). O principal objetivo do evento é discutir o aprimoramento da assistência prestada a mulheres, recém-nascidos e familiares no estado de Santa Catarina.  A conselheira Angela levou para debate a questão do parto domiciliar, usando como gancho a recente divulgação de nota técnica que libera o fornecimento e controle da Declaração de Nascido Vivo (DNV) para partos realizados em domicílio no estado. A conselheira também comemorou o aumento significativo de enfermeiros obstetras registrados no Coren. “De 2016 a 2017 passamos de 15 para 150 profissionais inscritos”, anunciou Angela.

2017-06-01-PHOTO-00000186___O encontro tem programação até o fim da tarde desta sexta-feira (02/05) e promove debates sobre avanços na prática da Enfermagem obstétrica, qualificação profissional da categoria, políticas públicas voltadas à saúde de gestantes e puérperas, protagonismo das mulheres no parto e humanização do nascimento. A iniciativa é da Comissão de Saúde do Parlamento catarinense, em parceria com a Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira e a Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (Abenfo).

Para a deputada Ana Paula Lima (PT), proponente do evento, a Alesc tem contribuído na construção de leis e políticas públicas que asseguram direitos de atendimento humanizado à mulher e ao bebê. Ela citou como conquistas recentes a realização no Parlamento de dois congressos nacionais sobre parto humanizado. Além disso, destacou a legislação que permite a presença de doulas em maternidades e a que coíbe atos de violência obstétrica.

Na solenidade de abertura do evento, a parlamentar fez questão de ler um trecho do artigo “Cotidiano de exceção”, da colunista do El País Eliane Brum. “De acordo com o texto, ‘silenciar é o primeiro ato de desumanização do outro’. Como profissionais da saúde, não podemos silenciar. Que o preparo e o profissionalismo resultem no cuidado ao outro na prática do dia a dia. Os desafios são inúmeros. Enquanto tivermos uma mulher sofrendo, um bebê nascendo de forma inadequada, vamos ficar vigilantes.”

Por sua vez, o presidente da Comissão de Saúde da Alesc, deputado Neodi Saretta (PT), frisou a relevância da Rede Cegonha para o país. A estratégia implementada pelo Ministério da Saúde desde 2011 tem como finalidade estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no Brasil. “Ela deve ser mantida com o objetivo de melhorar a assistência e diminuir a mortalidade materna e infantil.”

Empoderamento de profissionais e gestantes
Os pronunciamentos da presidente da Abenfo/SC, Larissa Rocha, e da representante da entidade nacional, Maria Emília de Oliveira, foram pautados pela importância de debater o fortalecimento da categoria e a melhoria da qualidade da assistência a mulheres, bebês e familiares.

“É fundamental empoderar os profissionais em termos de autonomia junto à mulher e ao recém-nascido, principalmente na assistência ao parto. Isso vai refletir no empoderamento das mulheres para que possam parir como e onde quiserem, de forma humanizada”, disse Maria Emília.

Desafios
A promoção da maternidade segura requer, segundo a presidente da Abenfo nacional, Kleyde Ventura de Souza, a efetiva participação de obstetrizes e enfermeiros obstetras. Conforme a professora doutora da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais, os profissionais podem colaborar na constituição de uma rede de cuidados cuja premissa seja a atenção humanizada e baseada em evidências científicas a fim de melhorar a experiência da mulher e da família no processo de gestação, parto e pós-parto.

A palestra realizada por videoconferência tratou dos desafios da enfermagem obstétrica no Brasil e no mundo. Na avaliação de Kleyde, o modelo assistencial está em fase de transição. “Tivemos avanços, mas ainda há desafios a serem superados, como as taxas elevadas de cesarianas no país, considerada uma das maiores do mundo. É uma situação preocupante, pois mais da metade dos brasileiros nasce assim. A falta de protagonismo da mulher no parto é um dos defeitos mais marcantes no modelo vigente.”

Para a presidente da Abenfo, a reconfiguração do modelo de assistência ao parto está atrelada à qualificação profissional. “Essa transição passa por uma reorganização, que envolve o fortalecimento do SUS, a capacitação dos profissionais da área da saúde, a incorporação de tecnologias não invasivas de cuidado. Precisamos resgatar o parto com segurança, livre de violências e traumas para mulheres e crianças.”

Parto humanizado na Casa Angela
Na sequência, a enfermeira obstetra Caroline Iguchi apresentou ao público a experiência da Casa Angela como um modelo bem-sucedido de atenção obstétrica.

Trata-se de um centro localizado em São Paulo que oferece assistência humanizada ao parto natural em ambiente acolhedor e respeitoso. De acordo com a palestrante, os cuidados oferecidos na Casa Angela promovem autonomia, bem-estar e conforto da mulher e sua família, além de garantir a segurança da mãe e do bebê.

Confira a programação completa no site da Escola do Legislativo.

Fonte: Agência AL/Alesc