O SindSaúde/SC repudia a forma desrespeitosa como diferentes veículos de imprensa tem difundido o resultado do processo seletivo nº 038/SES/2017, da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Foram 6 mil candidatos para 579 vagas no estado. Classificaram-se, no entanto, apenas 294 profissionais. A Secretaria de Estado da Saúde usa o resultado desse processo seletivo para justificar perante a opinião pública anos de ingerência na saúde. Omite, assim, que a saúde catarinense já teve 16 mil servidoras/es e, hoje, somente 9.500 profissionais.
Levantamento feito pelo SindSaúde/SC indica que o déficit de pessoal chega a 3 mil servidoras/es. Ou seja, não é por acaso a situação enfrentada pela população diariamente, de atendimento precarizado por serviços e leitos fechados. Só na grande Florianópolis, são 100 leitos hospitalares fechados.
Para quem trabalha, a consequência desse cenário é a inevitável e crescente sobrecarga de trabalho a que estão submetidas/os estas/es profissionais, o que leva ao adoecimento e ao consequente afastamento por doenças ocupacionais. O quadro caótico se completa com outros problemas estruturais, falta de medicamentos e insumos básicos.
A Secretaria de Estado da Saúde alega que as contratações ocorrem mais rapidamente com processo seletivo, o que ajudaria a cobrir o déficit causado por aposentadorias. Porém, além de ser proibido esse tipo de contratação na saúde, os 50 editais lançados este ano para contratação de profissionais de diferentes áreas não dão conta de atender às demandas de trabalho, pois abrem vagas insuficientes para a necessidade atual.
Questionamos então: Por que desde 2012 não abre concurso público, a maneira apropriada de admissão de pessoal para a saúde pública? Qual o custo de tantos Editais para contratação de pessoal temporário? Qual a intenção real do governo?
Não é seguro à assistência a rotatividade de profissionais sem a prática e experiência exigida para cada setor. Por isso, defendemos o concurso público e a estabilidade no cargo, pois, somente assim, o/a servidor/a poderá de fato vincular-se ao serviço e estar apto para atender a população com qualidade.
O processo seletivo leva à alta rotatividade de pessoal, que entra e sai a cada dois anos ou menos, gerando a necessidade permanente de treinar e de formar novas equipes.
Não concordamos com a forma utilizada pela SES para divulgar informações a respeito do processo seletivo, alegando que faltam servidores qualificados, desrespeitando assim as experiências profissionais e qualificação das escolas e alunos dos cursos de enfermagem.
Existem muitos profissionais qualificados e exigimos que esta prova seja revista ou anulada, que sejam acatados os recursos solicitados em várias questões, com mais de uma bibliografia encaminhados por vários candidatos. Há necessidade de contratação de mais servidores, mas não desta forma.
Prezamos pela qualidade nos serviços de saúde e não admitimos que inverdades sejam divulgadas denegrindo escolas e profissionais da saúde.
Concurso público já!
SindSaúde/SC