Presidente do Coren/SC mostra exemplo catarinense no 3º Seminário de Práticas Assistenciais na Atenção Básica realizado no Coren-SP

A sede do Coren-SP foi o palco de uma discussão bastante atual nesta sexta-feira (27/4). O 3º Seminário de Práticas Assistenciais na Atenção Básica (PAAB), que serviu como espaço de debates sobre temas como a nova Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), a atual situação do SUS e o papel do profissional de Enfermagem diante das dificuldades dessa área.  A presidente do Coren/SC, Helga Regina Bresciani, fez a última palestra do evento, mostrando o exemplo catarinense na aplicação de Protocolos de Enfermagem na rede de Atenção Básica dos municípios. “O Projeto de Adesão aos Protocolos já teve três termos assinados com prefeituras e outras dez estão a caminho”, destacou Helga.

 

Renata Pietro, presidente do Coren-SP, deu o tom do evento ao destacar, na fala de boas vindas, o protagonismo que o profissional de enfermagem deve desempenhar nos processos de melhoria da qualidade do atendimento na Atenção Básica. “Vocês são agentes importantes nesse cenário de transformações. Sintam-se parceiros, pessoas que podem trazer contribuição ao nosso cenário, que hoje é de sucateamento da saúde pública”, frisou.

A primeira palestra do dia, da enfermeira Marilene Wagner, consultora da OPAS (Organização Panamericana de Saúde), tratou da “Enfermagem no Acolhimento na Atenção Básica”.

Marilene deixou claro que os serviços da Atenção Primária exigem acolhimento diferenciado. “Nossa escuta deve ser qualificada, devemos ouvir além da queixa imediata do paciente”, explicou. Ela mostrou que o profissional deve procurar saber o que motivou a queixa do paciente, pois dessa forma poderá descobrir questões de saúde que não estão claras à primeira vista nem mesmo para o paciente.

O enfermeiro Carlos Leonardo Cunha, coordenador da Comissão em Práticas Avançadas em Enfermagem do Cofen, palestrou sobre “Práticas Avançadas de Enfermagem na Atenção Primária: uma proposta para o Brasil”.

Ele esclareceu que nos Estados Unidos e Europa, o enfermeiro desempenha rotineiramente práticas avançadas que ainda não são muito disseminadas no Brasil. A utilização dessas práticas seria fundamental para fortalecer o SUS, sobretudo em regiões carentes do nosso país.

Ele destacou que para realizar práticas avançadas o profissional precisa de formação adequada, como, por exemplo, na prescrição de medicamentos. “Na Espanha o enfermeiro estuda na graduação a farmacologia de mais de 30 diferentes grupos de medicamentos”, exemplificou, citando a diferença de cultura existente em relação às práticas avançadas entre Brasil e Europa

No período da tarde, houve uma divisão do público em dois grupos que discutiram, respectivamente, os temas “A nova Política Nacional de Atenção Básica e o impacto prático para o profissional de enfermagem” e “O Papel da enfermagem no acolhimento na Atenção Básica e a importância de protocolos de enfermagem”.

Após as discussões em grupo, a conselheira Rosana Garcia, coordenadora de enfermagem do município de Campinas e coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) de Atenção Básica do Coren-SP, palestrou sobre “A nova PNAB e o impacto no Sistema Único de Saúde: implicações para as práticas profissionais de Enfermagem”.

Ela detalhou aspectos das atribuições do enfermeiro de acordo com a nova PNAB. “Não somos inimigos de farmacêuticos, médicos, ou categoria alguma. Só temos uma construção histórica na Campanha Nacional de Imunização, e queremos mantê-la”, destacou, ao acrescentar que não há nada de errado em outras categorias aplicarem vacinas, desde que o protagonismo da enfermagem nessa atividade, conquistado historicamente, seja reconhecido e mantido.

E para fechar o 3º Seminário de Práticas Assistenciais na Atenção Básica (PAAB) com chave de ouro, uma convidada especial fez a última palestra da tarde. A presidente do Coren/SC, Helga Regina Bresciani, falou sobre “Protocolos de enfermagem: a experiência do Coren/SC”. Durante a palestra ela detalhou uma experiência exitosa de implementação de protocolos de enfermagem em nível estadual, com a capacitação dos profissionais do estado e envolvimento do Coren/SC na questão. O programa ajudou a melhorar a qualidade do atendimento da Atenção Básica no estado.