Setembro Amarelo: prevenção ao suicídio

O mês de setembro é marcado pela prevenção ao suicídio, trazendo conscientização sobre esse tema, passando pelos sofrimentos psíquicos, doenças psicológicas como depressão e ansiedade, e outros agentes externos que podem levar alguém a tirar a própria vida.

Segundo estudo realizado pela Unicamp, 17% dos brasileiros, em algum momento, pensaram seriamente em dar um fim à própria vida e, desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso. Em muitos casos, é possível evitar que esses pensamentos suicidas se tornem realidade.

Por que Setembro Amarelo?
No dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao suicídio, por isso as ações são intensificadas neste mês. A cor amarela viria do movimento “fita amarela”, criado pela família do jovem Mike Emme, que tirou a própria vida em um carro amarelo. No funeral, os familiares teriam distribuído cartões com mensagens de apoio a pessoas que estivessem pensando em suicídio como Mike.

Questão de saúde pública
Uma pessoa se suicida a cada 40 segundos no mundo e é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A OMS esclarece que o fator de risco mais relevante para o suicídio é a tentativa anterior. Mas não é necessário chegar nesse extremo para iniciar a prevenção.

Embora a principal relação dos distúrbios suicidas sejam com os distúrbios mentais estabelecidos (em particular, depressão e abuso de álcool), vários suicídios ocorrem de forma impulsiva em momento de crise, com um colapso na capacidade de lidar com os estresses da vida – tais como problemas financeiros, términos de relacionamento ou dores crônicas e doenças.

Vulnerabilidade
Qualquer pessoa pode desenvolver distúrbio suicida, que independe de origem, classe social, idade, orientação sexual e identidades de gênero. Porém a OMS destaca que as populações mais vulneráveis e que sofrem mais violência tem taxas de suicídio mais elevada. “O enfrentamento de conflitos, desastres, violência, abusos ou perdas e um senso de isolamento estão fortemente associados com o comportamento suicida. As taxas de suicídio também são elevadas em grupos vulneráveis que sofrem discriminação, como refugiados e migrantes; indígenas; lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais (LGBTI); e pessoas privadas de liberdade.” (OMS, Opas. Folha Informativa 2018)

Por exemplo, em 2019, os números de suicídio no Brasil cresceram 12% entre jovens negros enquanto o patamar se manteve igual para jovens brancos, em comparação ao ano anterior.

Ainda é importante destacar que a exposição ao agrotóxico é um dos fatores de risco ao suicídio, segundo o Ministério da Saúde.

Estes dados demonstram a necessidade de mais políticas públicas que fortaleçam a saúde mental dos grupos vulneráveis e de combate à violência de gênero, raça, sexualidade, status social, entre outras. E ainda, mudanças estruturais no agronegócio (principal usuário de agrotóxico) e na cultura de sociedade desenvolvimentista, que vê a crise como algo a ser evitado e não como uma fase natural a ser encarada pelo ser humano.

Frases de alerta
O suicídio é um tema complexo e não é apenas uma frase ou expressão que vai indicar essa tendência. Mas algumas frases e comportamentos podem evidenciar que a pessoa em sofrimento precisa de ajuda e monitoramento.

Frases como: “minha vontade é morrer” ou “Vou deixar vocês em paz” ou ainda “Eu queria poder dormir e nunca mais acordar” são indícios para ficar alerta. O isolamento – físico ou emocional – também é um sintoma comum, especialmente em pessoas que antes gostavam das atividades sociais.

 

Pandemia
Com o isolamento social causado pela pandemia de Covid-19, é necessário estar ainda mais alerta a esse assunto. O alto nível de estresse, a sobrecarga de mães e pais em homeoffice com os filhos em casa, incerteza de futuro e ainda o luto de muitas famílias são agravantes para aumento de ansiedade e também de suicídios. Com o isolamento físico imposto para o controle do vírus, é de extrema importância que se reforce os contatos virtuais ou com distância segura com a rede de contatos significativos de cada pessoa. Sentir-se conectado emocionalmente é muito importante nesse momento de isolamento.

 

Como procurar ajuda?

SUS
O acolhimento a pessoas em busca de ajuda para lidar com suicídio é feita em todas as unidades do SUS – Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde), UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro e Hospitais). Mas o local mais indicado são os  CAPS – Centro de Atenção Psicossocial. Busque o mais próximo de você!

Enfermagem e linha de frente
Os profissionais de Enfermagem em sofrimento mental e emocional no período da pandemia podem também utilizar o chat Enfermagem Solidária desenvolvido pelo Cofen, com o atendimento de especialistas em saúde mental voluntários. Disponível  24h por dia e de forma anônima no site www.cofen.gov.br

Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita)

O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, email, chat e voip 24 horas todos os dias.

A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, são gratuitas a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular.

Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre ligação gratuita.

 

Fonte: Ascom-Coren/SC, com informações de OMS, CVV, Campanha Setembro Amarelo e Ministério da Saúde.