PERGUNTAS FREQUENTES: saiba mais sobre a vacinação contra a Covid-19

1. Quem pode estar na vacinação contra a Covid-19 nesta primeira fase?

– Trabalhadores da Saúde, com preferência para aqueles que atuam na linha de frente do combate à Covid-19; – Pessoas idosas residentes em instituições de longa permanência com 60 anos ou mais; – Pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência que moram em Residências Inclusivas; – Povos indígenas aldeados.

Em algumas cidades há um cadastramento para os demais profissionais de saúde serem vacinados quando chegarem os próximos lotes. Confira matéria AQUI.

2. Como fica o caso dos idosos acima de 75 anos?

Eles também fazem parte do primeiro grupo prioritário. Serão vacinados assim que chegarem doses suficientes para vacinar os grupos citados acima.

3. Por que indígenas estão no grupo prioritário?

A população indígena que vive em aldeias é sempre considerada grupo prioritário na prevenção de qualquer doença respiratória, seguindo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Isso decorre da maior vulnerabilidade biológica (vivem isolados) e também devido à escassez em seus territórios de saneamento básico. Outros fatores são infecções recorrentes, desnutrição, anemia e emergência de doenças crônicas como diabetes e hipertensão.

4. Quais os próximos grupos prioritários que serão vacinados?

De acordo com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, foram definidos como grupos alvo da campanha: pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas, pessoas com deficiência institucionalizadas, população indígena que vive em terras indígenas homologadas e não homologadas, trabalhadores de saúde, pessoas de 75 anos ou mais; povos e comunidades tradicionais ribeirinhas; povos e comunidades tradicionais quilombolas, pessoas de 60 a 74 anos, pessoas com comorbidades, pessoas com deficiência permanente grave, pessoas em situação de rua, população privada de liberdade, funcionários do sistema de privação de liberdade, trabalhadores da educação do ensino básico (creche, pré-escolas, ensino fundamental, ensino médio, profissionalizantes e EJA), trabalhadores da educação do ensino superior, forças de segurança e salvamento, forças armadas, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros, trabalhadores de transporte metroviário e ferroviário, trabalhadores de transporte aéreo, trabalhadores transporte aquaviário, caminhoneiros, trabalhadores portuários, trabalhadores industriais.

5. Como será a vacinação contra a Covid-19 do restante da população?

Ocorrerá após os grupos prioritários, conforme as doses forem repassadas pelo Ministério da Saúde.

6. Quem não será vacinado?

Crianças e adolescentes: pessoas menores de 18 anos não serão vacinadas, por enquanto. As vacinas disponíveis até o momento não foram testadas suficientemente neste grupo.

7. Existe algum risco de desenvolver a Covid-19 (ou contrair o vírus SARS-CoV-2) ao tomar a vacina?

Não, trata-se de uma vacina recombinante baseada em vetor viral não replicativo e contendo apenas a informação genética para expressão da proteína S  (Spike) do SARS-CoV-2 no paciente imunizado. Não há possibilidade de estabelecer uma infecção de SARS- CoV-2 diretamente pela vacinação.

8. Após tomar a vacina, posso deixar de usar máscara? Os cuidados de prevenção estão dispensados?

Não. É imprescindível que se mantenha todas as medidas de precaução: uso de máscara, distanciamento social e higienização das mãos. Essas etiquetas sanitárias seguirão importantes, já que a vacina não impede a circulação do Sars-CoV-2. Mesmo protegida dos sintomas, uma pessoa imunizada ainda pode transmitir a infecção. Toda vacina implica numa redução de transmissão, mas o combate efetivo ao vírus passa pela manutenção dos cuidados básicos até que a quantidade de pessoas vacinadas seja suficientemente grande. Aglomerações também devem ser evitadas.

9. Estão sendo usadas dois tipos de vacina em Santa Catarina. Qual a diferença entre a Coronavac (produzida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan) e vacina de Oxford-AstraZeneca (em parceria com a Fiocruz)?

A Coronavac utiliza a tecnologia do vírus inativado, ou seja, contém o próprio vírus morto. Vacinas com essa metodologia são comuns na prevenção de diversas doenças, como a poliomielite, a hepatite A e o tétano, e estimulam o corpo a produzir defesas a partir de um contato antecipado e inofensivo com o vírus. A vacina contém um vírus inteiro, “morto” (inativado), mas com as proteínas conservadas e capazes de induzir uma resposta imune.

A vacina de Oxford-Astrazeneca utiliza a tecnologia de vetor viral. Dessa forma, a proteína do novo coronavírus (RNA) é inserida em outro vírus, modificado em laboratório, para transportá-la para o corpo humano e não se multiplicar. Uma vez que a proteína chega ao corpo, o sistema imunológico a identifica e produz estruturas capazes de impedir sua ação no futuro, quando o novo coronavírus tentar causar infecção.

9. É possível tomar duas doses de vacinas diferentes?

Não. Cada pessoa deve tomar duas doses da mesma vacina. Isso ocorre para maximizar os efeitos do plano de imunização. Vale lembrar que as vacinas serão aplicadas conforme disponibilidade das doses encaminhadas pelo Ministério da Saúde. É muito importante manter o esquema vacinal de acordo com o preconizado pelo fornecedor do insumo.

10. Qual o intervalo entre a primeira e a segunda dose?

No caso da Coronavac, a segunda dose deve ser aplicada entre duas e quatro semanas depois da primeira dose. No caso da vacina de Oxford, o intervalo ideal é de 12 semanas.

11. Como são os frascos que chegam para vacinação contra a Covid-19?

A Coronavac vem em frasco monodose, ou seja, o vacinador aplica uma dose e joga fora. A Oxford-Astrazeneca vem em frasco multidose, isto é, ao abrir devem ser vacinadas mais pessoas com doses de 0,5ml cada.

12. Quanto tempo demora para as vacinas fazerem efeito?

O sistema imune demora, em média, 14 dias após a aplicação da vacina para produzir anticorpos, mas depende de cada esquema vacinal. No caso da Coronavac, o esquema vacinal é de duas doses, com intervalo de 2 a 4 semanas entre as duas doses. Assim, a proteção conferida pela vacina ocorre em média 14 dias após a segunda dose.

13. Se já tive Covid-19, devo me vacinar também?

Sim. Atualmente indica-se realizar a vacinação contra Sars-CoV-2 mesmo em quem já teve diagnóstico prévio de Covid-19. No entanto, orienta-se que essa vacina seja feita após 30 dias do diagnóstico da doença.

14. Quais os efeitos colaterais da vacina?

Até o momento, não há comprovação de nenhum efeito colateral grave por conta da vacinação contra a Covid-19. É possível haver um pouco de dor, inchaço ou vermelhidão no local da aplicação. Fadiga, febre, dor de cabeça e dores nos membros também não são incomuns nos primeiros três dias após a vacinação. Estas reações normais são geralmente suaves e diminuem após alguns dias.

15. A vacinação é obrigatória?

Embora não seja obrigatória, a vacinação contra a Covid-19 é a principal ferramenta disponível no momento para prevenir a ocorrência de casos graves, hospitalizações e óbitos por Covid-19 na população em geral, devendo ser considerada também sua capacidade de reduzir a transmissão do vírus a partir do momento que se alcance altas coberturas vacinais na população alvo. Por isso, é fundamental que os indivíduos pertencentes aos grupos prioritários busquem se vacinar, assim que foram convocados.

16. Gestantes podem receber a vacina?

Em relação a gestantes, puérperas e lactantes, também não foram concluídos estudos de segurança e eficácia das vacinas aprovadas para uso emergencial no Brasil. Para aquelas pertencentes a um dos grupos prioritários, a vacinação poderá ser realizada após avaliação cautelosa dos riscos e benefícios e com a decisão compartilhada entre a mulher o seu médico prescritor.

17. O que significa a taxa de eficácia de uma vacina?

Esse conceito se aplica apenas quando estamos falando de vacinas em fase 3 de estudos. Por isso, os dados de eficácia são calculados em ambientes controlados, em que os cientistas monitoram os participantes do estudo. A taxa de eficácia representa a proporção de redução de casos entre o grupo vacinado comparado com o grupo não vacinado.

18. A vacinação contra a Covid-19 acabará com o coronavírus?

Ainda não se sabe. Em maio, a OMS afirmou que não há como prever quando se o coronavírus irá desaparecer um dia, mesmo com uma vacina. Porém, ainda que a vacina não seja capaz de fazer o vírus desaparecer, ela será capaz de interromper as cadeias de transmissão e conter a disseminação entre as populações. A previsão dos cientistas e da própria OMS é que o coronavírus se torne endêmico: a exemplo do que ocorre com o Influenza, que infecta novas pessoas todos os anos, o vírus continuará em circulação infectando aqueles que estiverem suscetíveis à Covid-19.

19. Quando teremos imunidade de rebanho com a vacinação? Quantos por cento da população precisará ser imunizada?

A imunidade de rebanho acontece quando muitas pessoas adquirem anticorpos ou uma resposta imunológica a uma determinada doença infecciosa. O agente patogênico passa a encontrar menos pessoas sem imunidade e encontra dificuldade em se propagar, ou seja a cadeia de transmissão da enfermidade é interrompida. Para Ribeiro, é imprudente estimar quando e em qual taxa de população vacinada ocorrerá a imunidade de rebanho. “Há autores que, por meio de modelos matemáticos, estimam que pelo menos 60% da população tem que ser vacinada para gerar imunidade de rebanho, mas é uma estimativa teórica. Eu não assinaria embaixo”, , explica o infectologista da SBIm. “Geralmente, esse dado só é conhecido depois que se vacina grande parte da população e a acompanha durante 3 ou 4 anos”, diz. Outro fator a se considerar é que apenas os grupos de risco serão vacinados em 2021, uma parcela muito pequena da população. “A vacinação em 2021 não vai interferir na circulação do coronavírus. Além disso, temos que lembrar que nenhuma das vacinas em teste é 100% eficaz. Se uma vacina tem eficácia de 95%, como a da Moderna, por exemplo, quer dizer que a vacina falhou em cinco a cada cem pessoas vacinadas”, completa Ribeiro.

20 – Quais os efeitos colaterais normais das vacinas contra a Covid-19 e quanto tempo eles podem durar?

No geral, as vacinas geraram dor no local da aplicação e vermelhidão. “As vacinas em testes mostraram, até o momento, apenas eventos adversos leves, como vermelhidão, dor e, às vezes, febre baixa. Apenas a vacina da Pfizer, com 1,8 milhões de doses aplicadas, ocorreram três casos de eventos adversos mais sérios em alérgicos, mas que evoluíram bem”, explica Ribeiro.

21 – Não sou grupo de risco, não sei quando serei vacinado pelo SUS. Poderei comprar a vacina em uma clínica particular?

Ainda não há uma previsão de quando as clínicas particulares conseguirão comprar lotes das vacinas contra a Covid-19 que forem aprovadas no Brasil. Isso porque a orientação dos órgão de saúde nacionais e internacionais é que todas as doses produzidas pelos laboratórios neste primeiro momento sejam direcionadas aos governos, com a finalidade de garantir que as pessoas dos grupos de risco sejam imunizadas o mais breve possível. Assim, a resposta para esta pergunta dependerá, entre outros fatores, da capacidade de produção e entrega pelas farmacêuticas para atender tanto os governos como as clínicas particulares.

Fontes: Secretaria de Estado da Saúde (SES/SC), Fiocruz, Secretaria de Saúde de Florianópolis e G1.