Abril Verde: Confira o relato da enfermeira Daniela Eda Silva sobre segurança em tempos de pandemia

Iniciamos o mês de abril com a campanha de sensibilização sobre a saúde e segurança do trabalhador chamada de Abril Verde. Depois de um ano vivendo uma pandemia, a Enfermagem ganhou visibilidade mas continua enfrentando muitos desafios que envolvem em especial a segurança dos pacientes e dos próprios trabalhadores que estão na linha de frente. Por isso, o Coren/SC vai publicar em seus canais de comunicação as histórias que retratam este momento crítico e como cada um pode superar os obstáculos com conhecimento técnico e científico.

O primeiro relato que temos vem de São José, da enfermeira Daniela Eda Silva que atua na Atenção Primária. E assim esperamos receber novos relatos para ampliar ainda mais a visibilidade da Enfermagem.

“Todos acreditamos em dias melhores”

Daniela Eda Silva, Enfermeira Sanitarista, atua na Estratégia da Saúde da Família, em São José (SC), lá desenvolve atividades em uma Unidade Básica de Saúde (UBS).  Sua vivência atualmente tem sido atender  principalmente pacientes que chegam com possíveis sintomas da Covid-19. Isso exige muito cuidado e organização para evitar circulação de pessoas contaminadas pela Unidade e assegurar os outros atendimentos, como vacinação, consulta com crianças, gestantes e puérperas (resguardo), que são agendados. 

Seus dias na UBS tem sido de atendimento a pacientes sintomáticos respiratórios, onde executa o Teste Rápido “percebo as angústias das pessoas, o medo por ficar grave e não ter um serviço que atenda a sua necessidade, temor por transmitir a doença para familiares, culpabilização das pessoas que precisam trabalhar e circular”. Ela aponta, que por conta disso os pacientes não conseguem se isolar e muitas vezes transmitem o vírus para seus filhos, cônjuges, idosos e muitos acabam perdendo familiares. 

Segundo ela, um dos seus maiores desafios é atender pacientes que sofreram perdas na família, como pais, filhos, marido ou esposa. Os relatos ouvidos por ela diariamente são desafiadores, como “perder alguém não é fácil, ainda mais para o vírus da Covid-19, por que tudo evolui muito rápido, não dá tempo de uma despedida, de uma troca de afeto”.  

Mesmo em meio a tudo que está acontecendo, Daniela conclui a consideração que os pacientes têm, quando percebem que a equipe está empenhada em executar tudo o que é possível para que os sintomas não evoluam com gravidade, fazer intervenção precoce,  acompanhar e monitorar pacientes e seus familiares. 

Ela encerra com muita força, lembrando que essa pandemia precisa ser combatida, e que em meio a tudo, o ensinamento diário da importância do trabalho em equipe, desenvolvendo a empatia, “Todos acreditamos em dias melhores e que juntos possamos superar esse momento”. Por fim, destaca que devemos todos nos vacinar e apoiar a vacina.