Coren-SC se reúne com MPSC e Defensoria Pública para discutir a situação da violência obstétrica em SC

Nesta quarta-feira (2) o Coren-SC se reuniu na sede do Conselho com representantes do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e da Defensoria Pública para discutir a situação da violência obstétrica no Estado. Durante o encontro foram debatidos o papel da Enfermagem no atendimento às vítimas, o cenário atual da violência em Santa Catarina e também foi apresentada uma cartilha sobre atenção humanizada à interrupção da gravidez legal em Santa Catarina.

Participaram da reunião a presidente do Coren-SC, Maristela Azevedo; a vice-presidente do Coren-SC, Sandra Regina da Costa; Anne Teive Auras, Coordenadora do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres da Defensoria Pública de SC; Douglas Roberto Martins, Coordenador do Centro de Apoio Operacional de Saúde do MPSC; e Rosaura de Oliveira Rodrigues, Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher em de SC (CEDIM/SC).

“Essa aproximação do Coren-SC com o MPSC e a Defensoria Pública é fundamental. Gostaríamos que a violência não fosse um problema, mas ela existe. Então é muito importante trabalharmos para amenizar o sofrimento e acolhermos essas vítimas”, destacou Rosaura.

“A violência obstétrica é uma questão que está enraizada na sociedade e ainda é um tabu. Isso é muito claro no ambiente familiar, mas também acontece no ambiente profissional e de formação. Por isso é muito importante ver que entidades como o Coren-SC estão comprometidos em trabalhar para discutir e mudar essa situação”, completou Anne.

“Esse assunto tem ficado cada vez mais em evidência. As denúncias sobre violência obstétrica tem crescido muito e o Coren-SC vem acompanhando com preocupação esse cenário. Com o apoio do MPSC e da Defensoria Pública, queremos orientar os profissionais e garantir que a população tenha acesso aos seus direitos”, finalizou Maristela.

CARTILHA

Um dos temas da reunião foi a “Cartilha de Atenção Humanizada à interrupção legal da Gravidez em SC”, produzida pelo MPSC com apoio do Ministério Público Federal (MPF), Governo do Estado de SC, Defensoria Pública, CEDIM/SC, Polícia Civil e Polícia Científica.

A ideia do material é orientar a população e também profissionais de Saúde sobre a questão da interrupção legal da gravidez, que é permitido em casos de risco de vida à gestante, violência sexual e de anencefalia fetal. O procedimento e todo acompanhamento, inclusive psicológico, é oferecido pelo Sistema Único de Saúde.

“Muitas mulheres e meninas chegam no MPSC sem saber os seus direitos. Ou pior, elas chegam na gente quando tem o seu atendimento a Saúde negado, o que é gravíssimo. Por isso é muito importante que órgãos como o Coren-SC estejam engajados para orientar os profissionais sobre o atendimento e o encaminhamento da população nesse tipo de caso”, destacou Douglas.

“O Coren-SC pode atuar em diversas frentes nesta orientação profissional. No fim do ano teremos encontros de Responsáveis Técnicos e de Comissão de Ética e podemos abortar esses assuntos assim como distribuir a cartilha para que os profissionais compartilhem essas informações com seus colegas”, explicou Sandra.